Pequenos empreendedores que fazem história na praça da Matriz
Os trabalhos iniciam por volta das 17h30min, horário em que a sombra das torres da catedral toca o chão da praça. Porém, as atividades começam as 8h30min, quando Laérte dos Santos Nunes, mais conhecido como “Espetinho”, começa os preparativos escolhendo a carne, separando os cortes e ingredientes. O Espetinho visita inúmeros supermercados em busca dos melhores produtos para usar em sua churrasqueira.
O empreendedor passou por diversas dificuldades, desde cobrir a churrasqueira com lona até fidelizar a sua clientela, superou todos os empecilhos. “O começo não é fácil para ninguém, até conquistar os clientes, mas não posso reclamar, sustentei minha família com esta atividade”, comenta.
Há 18 anos na praça, Laérte, o Espetinho, procura sempre inovar, atualmente, pensa em adquirir um outro veículo, já que o ônibus que utiliza para seu comércio está bastante envelhecido. “Vou trocar este ônibus por um trailer, pois está muito estragado”, afirma. Além disso, Laérte explica que a higiene é fundamental para sobreviver nesse ramo. “O segredo é a qualidade, a higiene e o atendimento, são o principal”, finaliza.
Espetinho afirmou também que Frederico Westphalen é uma cidade boa para se trabalhar nesta área. “O ramo da alimentação é bom, os próprios viajantes de fora dizem que o município tem várias opções gastronômicas”. Mesmo com tantas sugestões e cardápios variados, Laérte salienta que a demanda utilizada por dia é cerca de 40 a 50 quilos de carne. Costela, frango, coração e calabresa são os mais pedidos. Assim, o empreendimento oferece vários tipos de espetinhos salgados e, ainda, opções doce como espetinho de mashmellow.
Rainha do Bauru
O cheiro de carne acebolada toma conta da praça, não é difícil salivar ao passar perto do seu food truck. Às 19h os pedidos já começam a chegar. O ambiente é ao ar livre e requer uma atenção ainda maior do seu João, responsável pela limpeza e organização do local.
Marli, mais conhecida como Preta, sempre trabalhou como cozinheira e atualmente tem o seu próprio Food Truck, Preta Lanches. Enfrentando as mesmas dificuldades em fidelizar a clientela que Laérte, do churrasquinho.
Trabalhando na saída de casas de show da cidade, a mistura de carne e cebola chamava o pessoal para provar o novo lanche, hoje, o tão famoso Bauru. Os sabores e formatos foram se aperfeiçoando ao longo dos anos e, atualmente, eles servem 140 lanches por dia, os finais de semana são os dias de maior movimento.
Desde 2002 trabalhando neste ramo, João aposta na criatividade, pedindo a avaliação dos clientes. Os lanches que recebem nota abaixo de sete pontos não entram no cardápio do food truck. “Sempre que lançamos um novo lanche pedimos para que o cliente avalie dando notas de 01 a 10, para que possamos decidir se o novo lanche entra ou não para a produção” afirma.
O bauru possui um sabor único, e questionada sobre a possibilidade de haver um ingrediente secreto, Preta conta que sim, “toda cozinheira usa um ingrediente secreto, só provando para tentar saber o que é” finaliza.
Bem passada ou no ponto?
A nutricionista Marcela Rabello, proprietária da empresa Alere saúde e bem estar, que exerce a profissão na cidade de São Paulo, dá algumas dicas sobre como proceder na hora de consumir os lanches. “Sabendo que Food Trucks são lanchonetes expostas, é importante observar a limpeza e organização de bancadas, ficar atento quanto à manipulação dos alimentos, observar se os profissionais fazem o uso de luvas descartáveis para a manipulação ou se realizam a higienização correta das mãos é indispensável. É importante também, observar se os manipuladores utilizam toucas para contenção de cabelos”, comenta.
Espetinho, cachorro quente, baurú, hambúrguer, são alimentos recheados de carne, a nutricionista alerta sobre alguns cuidados que as pessoas devem ter na escolha dos produtos. “Na hora de escolher o melhor lanche ou tira-gosto, é preciso atentar ao ponto das carnes. Quando se trata de hambúrgueres ou espetinhos, deve-se sempre evitar o consumo de carnes mal passadas, pois oferecem o risco de contrair doenças, e evitar também carnes bem passadas ou “tostadas”, pois possuem substâncias cancerígenas, o ideal é o consumo de carnes ao ponto”.
Um lanche rápido e barato, sendo assim, consumido muitas vezes na semana, Marcela dá dicas de como encaixá-los na dieta: “o consumo desses tipos de produtos devem ser realizado com parcimônia e deixado preferencialmente para momentos específicos, como finais de semana, por exemplo, visto que a maioria destes produtos oferecem grandes níveis de gordura e açúcar, que não devem ser consumidos de forma exacerbada”, orienta.
Bruno Fiorini
Letícia Souza
Redação Jornalística II
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