Arquivos por mês 4 de dezembro de 2018

O CIGRES e sua rotina diária a favor da população

O Consórcio Intermunicipal de Gestão de Resíduos Sólidos, CIGRES, localizado no município de Seberi – RS, foi criado em 2007, e tem como objetivo auxiliar os municípios da 31 municípios da região noroeste do estado do Rio Grande do Sul,  na destinação do lixo sólido urbano produzido, como também ajudar no desenvolvimento de práticas sustentáveis que visem a preservação e cuidado do meio ambiente.

Atualmente, o consórcio está sob a coordenação de Antonio Mauro Cadorin, e segundo o próprio coordenador “O trabalho que realizamos no CIGRES ajuda tanto no desenvolvimento da região como na saúde dos habitantes. Ter cidades limpas e ao mesmo tempo ajudar o meio ambiente é bom não somente para o Rio Grande do Sul mas para todo o mundo”.

Foto: Augusto Streck

O processo de separação dos resíduos acontece da seguinte forma: após a coleta dos resíduos em cada município consorciado, com transporte contratado pelo próprio município, os resíduos chegam ao CIGRES em um “caminhão do lixo” e vão direto para a balança, onde é pesado por dia, cerca de 70 toneladas de resíduos.

Segundo o prefeito de Erval Seco, uma das cidades consorciadas, Leonir Koche, a coleta seletiva em sua cidade funciona da seguinte maneira: “Nós temos contrato com uma empresa terceirizada que recolhe o lixo três vezes por semana, e recolhe em toda a cidade, em todos os bairros do município e leva para o CIGRES. Isso é feito de uma forma bem ordenada que se consiga recolher todo o lixo da cidade, e está funcionando muito bem. Nós estamos ainda trabalhando para fazer a separação do lixo orgânico do lixo seco, que é uma questão cultural que nós estamos trabalhando aos poucos para ver se mudamos essa cultura de misturar os dois lixos”.

Foto: Bruna Tomaselli

Dando continuidade ao processo, tudo o que vem dentro dos caminhões é despejado em uma esteira, e lá, um ou mais funcionários são destinados a separar determinados tipos de resíduo, sacolas plásticas, produtos pessoais, vidros, papelão, entre outros, e coloca-los em “barris”, onde outros funcionários darão continuidade ao processo.

Os resíduos que não estão entre os mais de 40 itens aproveitados, chegam ao final da esteira e são destinados ao aterro, ou seja, não tem como ser reaproveitados. “O aterro que recebe hoje 85% do lixo que entra no CIGRES, fica dentro dos 27 hectares do CIGRES, e somente 1/3 da área é ocupada atualmente, o restante é uma reserva para o futuro, porém contamos com projetos para reduzir este valor”, conta Cadorin. Os materiais que são reciclados são vendidos a empresas particulares, daí que vem o lucro do CIGRES, assim como a parcela que é usada para a melhoria do local, bonificações entre funcionários e uma quantidade também volta aos municípios consorciados, ou seja, além de ajudar a preservar o meio ambiente, os municípios ganham uma porcentagem em dinheiro para incentivar a um futuro sustentável das cidades.

Todo o lixo que chega no CIGRES passa pela esteira local onde ocorreu a intoxicação dos funcionários.

O CIGRES, assim como os municípios consorciados, devem seguir questões ambientais rígidas impostas pela FEPAM , instituição responsável pelos licenciamentos ambientais no Rio Grande do Sul. A questão ambiental é fiscalizada por este órgão, por isso o CIGRES  precisa estar sempre adequado para continuar a ajudar o meio ambiente.

Porém, este consórcio não funciona sozinho. O trabalho se inicia na casa da população, e é aí onde muitas vezes o processo dá errado. A reciclagem é uma tarefa importante que começa dentro das nossas casas, apenas separar os materiais entre orgânicos e recicláveis, já ajuda muito quem depois tem uma grande função pela frente, separar 70 toneladas de lixo por dia. Os materiais clandestinos são os que além de causar prejuízo ao CIGRES ou a qualquer empresa de gestão de resíduos gera poluição, afetando o meio ambiente e funcionários. Lâmpadas, materiais hospitalares são os mais comuns, até feto humano já passou pela esteira de separação, contam os funcionários, e quando chegam ao CIGRES, são destinados à locais corretos e a prefeitura do município que encaminhou é informada.

O cotidiano do CIGRES

O Lixo no Brasil e Rio Grande do Sul

Mesmo com o passar do tempo a situação do lixo no país pouco se alterou nos últimos anos, em relação ao destino correto do lixo produzido, mostram dados do Globo Natureza. Em 2013, 41,7% do lixo produzido era depositado em locais inadequados, como lixões e aterros.Nos últimos 11 anos, segundo dados do G1, o aumento da produção de lixo no país foi muito maior do que o crescimento populacional. De 2003 a 2014, a geração de lixo cresceu 29%, enquanto o crescimento populacional foi de 6%. Em média, cada pessoa produz por ano 1,062 kg.

A DESTINAÇÃO DO LIXO PRODUZIDO NO RIO GRANDE DO SUL EM 2010

No Estado, das 3.599.604 residências, 3.314.425 contam com sistema de coleta de lixo por serviço de limpeza ou caçamba, dessa forma corresponde a 92,08%, taxa de atendimento superior a brasileira. Entre os 496 municípios do Estado, 154 têm percentuais de atendimento igual ou superior ao do Estado.

Hoje, apesar de ser mais evidente este problema em países subdesenvolvidos, por falta de políticas assistenciais, o lixo é tratado no mundo todo como um dos maiores desafios a serem combatidos para tornar o planeta cada vez mais sustentável. Não apenas um problema de carácter ambiental, mas de saúde e qualidade de vida, por isso, ações como reciclagem, reaproveitamento, queima de resíduos para a geração de energia, entre outros são realizadas a muito tempo, em escala pequena, porém visando a sustentabilidade. Bem como na maioria das cidades que contam com diversos programas de incentivo à redução desses resíduos, e além de tudo dispõem da coleta de lixo, onde ele é levado à locais para a sua separação e depois o destinam à locais corretos, configurando-se este tipo de ação como um dos principais serviços públicos.

Foto: Bruna Tomaselli

Dados de Frederico Westphalen, município que faz parte do consórcio