O ambiente universitário não está livre do preconceito. Durante enquete realizada no campus da UFSM/FW, muitos relataram já ter observado situações de preconceito ou opressão. A estudante do 3º semestre de Jornalismo, Letícia Souza, disse que não foi alvo de preconceito direto por ser evangélica, mas observa que a imagem que se tem dos fiéis atualmente acaba sendo negativa por conta de uma minoria conservadora. Letícia também já se sentiu incomodada com situações de preconceito contra outros grupos: “Dentro da sala houve comentários sobre sexualidade, coisas preconceituosas que não me agradaram, de alunos que estão estudando e que não deveriam cometer isso”, relatou.
Graduanda do 1º semestre de Agronomia, Diéssica Junges afirmou que há muito preconceito e rivalidade entre alguns cursos e que boa parte dos estudantes de Agronomia veem o curso como “melhor que os outros”. A estudante do 6º semestre de Engenharia Ambiental e Sanitária, Brenda Bock, relatou que há muito preconceito no seu curso e no de Agronomia com relação aos alunos dos cursos de Comunicação. “Isso ocorre porque são os que mais têm pessoas diferentes, na opinião da maioria dos estudantes de Ambiental e de Agronomia”.
Como lidar
A Psicóloga Laís Piovesan e a Técnica em Assuntos Educacionais Laís Basso, do Núcleo de Apoio Pedagógico (NAP) da UFSM/FW, orientam os estudantes vítimas ou testemunhas de situações discriminatórias a buscar o departamento ou a coordenação do curso ou, em casos mais graves, a Ouvidoria da UFSM. As profissionais enfatizam que o assunto tem sido tratado de forma transversal na universidade, ao perpassar o cotidiano acadêmico, em movimentos estudantis, sala de aula, projetos de pesquisa e extensão. Em termos institucionais, elas destacam os espaços que trabalham mais diretamente com grupos historicamente vítimas de preconceito. É o caso do Núcleo de Acessibilidade e do Observatório de Ações Afirmativas para Ingresso e Permanência nas Universidades Públicas da América do Sul – AFIRME.
O Núcleo de Acessibilidade atende alunos e servidores que apresentam ou estão em contato com a realidade das necessidades educacionais especiais, já o AFIRME tem suas ações voltadas para atender universitários negros, indígenas e ocupantes de cotas sociais. Ambos desenvolvem ações relativas ao acesso e à permanência dos alunos e servidores da Universidade Federal de Santa Maria, para garantir o respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana.
Acesse:
Igor Morandi e Graciely Plack Thalheimer – acadêmicos do 1º semestre de Jornalismo, com edição da Agência da Hora
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