Novo sistema de ensino teve seu início cheio de questionamentos contraditórios, hoje já é aceito nas redes de educação do Estado
O Ensino Médio Politécnico articulou todas as disciplinas curriculares, antes individualmente, em áreas do conhecimento: Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Linguagens e Matemática e suas tecnologias. Outra disciplina, que chegou com o Politécnico, foi o Seminário Integrado. Nessa nova matéria os alunos desenvolvem trabalhos de pesquisas, pondo em prática seus conhecimentos teóricos, adquiridos em sala de aula.
Esse novo sistema de ensino foi implantado nas escolas no ano de 2012, no 1° ano do Ensino Médio, após debate com a comunidade escolar, que culminou com a Conferência Estadual do Ensino Médio e da Educação Profissional, em 2011.
DE QUESTIONADO À APROVADO
Em seu primeiro ano, o Politécnico, gerou várias controversas, pois era um sistema de ensino novo, tanto para os alunos que não entendiam, quanto para os professores que também não tinham tanto conhecimento para explicar. Os dois anos iniciais foram para ajustar esse método de ensino nas escolas estaduais do Rio Grande do Sul, o que gerou muitas manifestações e rodas de conversar entre pais, alunos, professores e direção das escolas, para explicar esses novos procedimentos de avaliação e organização curricular.
Após cinco anos, desde a sua implantação, o Ensino Médio Politécnico já é visto com outros olhos. Os professores buscaram ampliar seu conhecimento sobre esse sistema de ensino que, assim como os alunos já entram no ensino médio com essa nova grade curricular.
PRINCIPAIS MUDANÇAS
As principais mudanças que o politécnico trouxe e foram adotadas na rede estadual de ensino:
– As disciplinas tradicionais foram agrupadas em quatro grandes áreas de conhecimento: linguagens (línguas portuguesa e estrangeira, literatura, educação física e artes), matemática, ciências da natureza (biologia, física e química) e ciências humanas (história, geografia, sociologia e filosofia).
– O novo modelo de avaliação substitui notas de zero a 10 por conceitos descritivos: Construção Satisfatória da Aprendizagem (CSA), Construção Parcial da Aprendizagem (CPA) e Construção Restrita da Aprendizagem (CRA). Os dois primeiros permitem a aprovação. Se o estudante apresentar desempenho insatisfatório (restrito) em apenas uma área do conhecimento, poderá passar de ano, num regime de progressão parcial. Os professores da série seguinte serão informados de que ele precisará melhorar o aprendizado em determinados pontos, e um plano de apoio será elaborado. Caso o aluno receba conceito restrito em pelo menos duas áreas de conhecimento, será reprovado.
– Os conceitos passam a ser atribuídos por áreas, e não mais para cada disciplina isoladamente. Cada aluno terá, portanto, quatro conceitos, estabelecidos a partir do consenso entre os professores envolvidos em cada área de conhecimento.
– A carga horária foi ampliada em 600 horas/aula (200 a mais em cada ano). O Ensino Médio Politécnico passa a ter um total de 3 mil horas/aula.
– Aproveitando a carga horária extra, os alunos conduzem projetos de pesquisa, orientados por um professor específico. Os chamados Seminários Integrados aprofundam tópicos abordados em sala de aula, em uma das quatro áreas de conhecimento. O estudante é estimulado a se aprofundar em um tema do seu interesse.
*Informações retiradas do portal da Secretaria da Educação do Rio Grande do Sul.
POLITÉCNICO EM FREDERICO WESTPHALEN
Para discorrer como foi todo esse processo o qual as escolas de Frederico Westhpalen passaram, quando o Ensino Médio Politécnico foi implantado, a reportagem da Agência da Hora, colheu impressões na Escola Estadual de Educação Básica Sepé Tiaraju. Prevaleceram as avaliações positivas, os entrevistados entendem que, embora houve dificuldades de adaptação, o novo sistema gerou mais oportunidades para os alunos.
Josué Cabral Bueno – Agência Da Hora


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