A saga acadêmica de tio de vestibulanda vinda do Pará

Vladimir Troitinho conta sua vida pessoal e acadêmica. Foto: Kelin Ponciano.

Engano na inscrição levou Vladimir Troitinho a ingressar em Educação Física em 2002, aos 41 anos, depois de seis anos de tentativas em Direito.

O Vestibular da UFSM deste ano, que termina neste 14 de dezembro, trouxe algumas histórias que rendem “bons papos” e que podem, até mesmo, nos fazer pensar sobre nossas atitudes e posturas mediante não só a vida acadêmica, como também, nossa vida pessoal.

Nos três dias de prova, é possível encontrar pais, tios, amigos, enfim, pessoas que vêm acompanhar os candidatos até o local das provas. Mas podemos destacar um senhor, Vladimir Troitinho, que acompanha sua sobrinha, Bruna Ribeiro Troitinho, que veio do Pará para prestar o vestibular. Antes de parar em Frederico Westphalen, ela passou por Tocantins, Brasília, Paraná e, finalmente, Rio Grande do Sul, em cada qual prestando vestibular.

Enquanto espera a sobrinha realizar a prova, Vladimir conversa com a equipe da Agência Da Hora, contando sua trajetória pessoal e acadêmica. No ano de 1996, prestou o seu primeiro vestibular para o curso de Direito. Anos passaram-se e ele continuara sonhando com uma vaga na universidade, até que em 2002, aos 41 anos de idade, realiza o seu ingresso. Mas, por um engano seu na hora da escolha do curso, o ingresso se deu em Educação Física, e não em Direito, como desejava.

Com idade acima da média normal dos demais acadêmicos, família constituída, trabalho autônomo, conciliou tudo isto com a vida acadêmica. Formado em 2007, trabalhou como voluntário dando aulas para pessoas da terceira idade, e hoje é secretário da saúde do município de Planalto. Em meio à conversa, Vladimir deixa escapar que “nunca faria Jornalismo, pois precisa estar o tempo todo bem informado sobre tudo o que está acontecendo”. Porém, destaca que “não existe curso fácil e não me arrependo por nenhum instante de ter cursado Educação Física, tanto que se tiver outra oportunidade retomarei os estudos. O curso ainda não está definido, mas, antes de completar 60 anos, quero iniciar e concluir minha segunda graduação”.

Tal lição Vladimir Troitinho passa a seus filhos e agora para a sobrinha Bruna Ribeiro Troitinho, “não ganhei nada e não me arrependo, ganhei só conhecimento e isso ninguém tira”.

 

Andreia Eckhardt / Da Hora

 

 

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