Há algumas semanas acompanhamos a presença de índios na cidade de Frederico Westphalen, encontrando-se geralmente na rodoviária e também próximo ao posto 34, vendendo artesanato e cestas. Estão em busca de melhores condições de vida que, segundo eles, não encontram na reserva indígena.
Na cidade de Frederico existem duas famílias, a que se localiza na rodoviária e outra que estabeleceu seu barraco próximo ao posto 34, na subida do hotel Pigatto. Ambas pertencem à reserva indígena Kaingang, localizada na cidade de Iraí. Somente os índios mais velhos falam português, pois na tribo a língua oficial é o Tupi-Guarani. As crianças aprendem o português somente quando vão à escola.
Os Kaingangues só estão de passagem, eles saem da reserva em busca de dinheiro para sobrevivência como alimento e roupas, porém voltam para suas casas e reencontram o restante da família, principalmente crianças, que ficam em casa para estudar. Segundo Valdecir, membro de uma das famílias, a prefeitura municipal não ajuda em nada: tudo que utilizam, vestem ou comem é comprado com o dinheiro deles, adquirido através da venda dos seus trabalhos.
Valdecir e sua família viajam pela região quando necessário, e ele afirma que em todos os lugares sofrem preconceito de algumas pessoas, inclusive em Frederico Westphalen, muitos não compreendem o motivo de estarem aqui e os preferem longe.
Bárbara H. Corrêa / Da Hora
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