Fatores econômicos lançam desde cedo escolhas a serem tomadas.
Vivemos cercados de dúvidas e as escolhas decidem o caminho que vamos seguir. Quando jovens, nos deparamos com as perguntas: o que farei agora? O que serei? Acontece com todos, e também com Esmael e Mateus, alunos do 2° ano do CAFW (Colégio Agrícola de Frederico Westphalen).
Conhecendo melhor a história dos meninos, pode-se perceber até onde o lado econômico afeta nas decisões.
Mateus vem de uma família humilde, de São José das Missões (RS). Vivem da agricultura familiar. Seus pais trabalham e plantam para subsistência em sua pequena propriedade.
Já Esmael vem de uma realidade totalmente diferente. Os 250 hectares da família em Condor (RS) são usados no plantio de sementes para venda, trabalhado também com a produção leiteira.
Duas situações diferentes que os trazem em busca de um mesmo sonho, formar-se em técnico agrícola, trabalhar na propriedade da família e ser a projeção dos pais. Hoje estão no mesmo ponto, mas serão levados a destinos diferentes. A formação da escolha é influenciada, nesse caso, pelo fator econômico.
Para Mateus, a vida perto dos pais é um sonho, entretanto não é a melhor opção. Sua situação pode ser comparada a de muitos alunos do Colégio Agrícola, que, devido à baixa renda familiar, buscam o trabalho longe dos pais. Procuram em outros estados uma vida melhor, adiando cada vez mais seu sonho de seguir o trabalho deixado pela família na propriedade. “Queria trabalhar um tempo fora e voltar, não quero ficar longe da minha família, mas ficar aqui não vale à pena”, relata Mateus.
Segundo Adão Leonel Mello Corcini, professor responsável pela Coordenação de Relações Empresariais e Estágio do CAFW, faltam alunos para tantas vagas. Ofertas de emprego surgem todos os dias, grande parte dos alunos formados já sai empregada. A maioria vai trabalhar em empresas no Nordeste e Centro-Oeste, onde o trabalho é bem reconhecido e os técnicos se realizam profissionalmente. Tentam melhorar a renda da família, mesmo estando longe dela. Assim como Mateus. O restante tem condições de continuar em suas propriedades, pois as terras possuídas dão condições para isso. Lá, aumentam a produção e crescem com a família. Assim como Esmael.
Ângela Camila Carneiro e Viviane Lara / Da Hora
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