Campori de Desbravadores se encerra com um chamado para a “Geração de Herois”

Com gritos de guerra e muita animação os clubes se despediram do Campori. Foto: Ellen Ramos.

Encerrou no ultimo domingo, 06, o XVIII acampamento de desbravadores “Campori Geração de Herois”. O evento que aconteceu pela 18ª vez em Santa Catarina se estendeu desde a quarta-feira, dia 02, no Parque da Maçã, em Fraiburgo, onde estiveram acampados 3300 adolescentes de 10 a 15 anos de todas as regiões do estado. O encontro, que visava colocar em cheque o conhecimento desses juvenis, também comemorava os 50 anos no primeiro campori no Brasil, realizado em Itapema, Santa Catarina em 1961. O encerramento, que foi marcado pela entrega de troféus, também contou com muita animação, lágrimas nos olhos e, é claro, a saudade de mais um campori que terminou.

“Olha, se eu pudesse eu moraria em camporis”. É assim que Dênis Ferrarin, 19 anos, da cidade de Chapecó, expressa seu sentimento no final deste encontro. “Foi o meu primeiro campori como diretor associado, como um líder. Eu tive que fazer bastante coisa que eu não tinha feito, mas com toda a certeza eu não estou voltando o mesmo, estou bem mais amadurecido”. O sentimento se explica pela programação preparada para eles nesses 4 dias de acampamento, que além de atividades radicais como arvorismo, canoagem e tirolesa, contou com cultos religiosos dirigidos pelos pastores Elmar Borges, líder de desbravadores e jovens da União Sul Brasileira, e pelo pastor Areli Barbosa, líder da Divisão Sul Americana.

As premiações foram dadas a todos os clubes que participaram do evento, e também aos que se destacaram nos concursos com representantes regionais. Premiações estas que foram de oratória, musical, história dos desbravadores, personagens bíblicos, clube do livro (baseado no livro “O ouro de Katya” de Ellen Bayle), camiseta dos desbravadores e bolo cinquentenário.

A temática “Geração de Herois”, como explica Fabiano Raimundo, líder associado dos desbravadores em Santa Catarina, era mostrar como se pode viver o objetivo dos desbravadores, que é “salvar do pecado e guiar no serviço”. E ele complementa que “esse aqui é o serviço, pois quanto mais você se interage no desbravador, mais você trabalha pelos outros”.

Esse objetivo fica nítido no contato com as pessoas, como no caso dos amigos Samuel Soares e Hellon Dellyson, de Itajaí. A princípio, eles vieram com o pensamento de apenas “zoar e fazer bagunça”, como eles mesmo contam, mas não conseguiram permanecer com o mesmo ideal depois do que aprenderam ali. “Vim com um pensamento diferente pra cá, mas aí as pregações do Elmar me ajudaram bastante, chamaram minha atenção, e com certeza aquele que esta indo embora não é o mesmo que chegou aqui”, conta Hellon.

Além disso, ser e fazer parte da “geração de heróis” significa “você ser diferente dos outros, andar na contramão do mundo. Ter força, fé e coragem pra você se levantar e dizer  ‘não, eu não vou fazer isso’, ‘não, eu não bebo’, ‘não, eu não fumo’, ‘não, eu não faço sexo antes do casamento’… E geração de herois é isso, é se manter firme em Deus ainda que caiam os céus”, enfatiza Dênis Ferrarin.

O Clube de desbravadores é uma entidade filantrópica idealizada pela Igreja Adventista do Sétimo Dia e que existe oficialmente desde 1950. Seus membros são meninos e meninas de qualquer etnia e credo, de 10 a 15 anos, que se reúnem uma vez por semana para desenvolver faculdades físicas, mentais e espirituais. Os Camporis ou Camporees (como são conhecidos em outros países) são grandes reuniões campais realizadas nas divisões, uniões e associações onde há a presença desses desbravadores. Geralmente, esses encontros acontecem de 10 em 10 anos nas Divisões (como por exemplo a Divisão Sul Americana, que abrange o Brasil), 05 em 05 anos nas Uniões (representando cada região geográfica do país) e 02 e 02 anos nas Associações (que são os estados).  A entidade pode ser encontrada em 160 países, tendo mais de 90 mil sedes e dois milhões de participantes.

 

Isadora Paula Stentzler / Da Hora

 

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