A Secretaria Estadual da Educação (SEDUC-RS) apresentou este ano um projeto de reforma do Ensino Médio, que deve entrar em vigor a partir do próximo ano letivo.
Essa reformulação se expressa na nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação -LEI 9394/96. Na perspectiva da Lei, o ensino médio como parte da educação escolar “deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social”. Irá preparar o jovem para o mercado.
A formação do aluno terá como alvo principal a aquisição de conhecimentos básicos, a preparação científica e a capacidade de utilizar as diferentes tecnologias relativas às áreas de atuação, podendo proporcionar estágio em firmas e projetos de pesquisa.
A proposta é de se apresentar uma formação do estudante, não específica como temos hoje, mas sim geral, em que o mesmo desenvolva suas capacidades de pesquisa, busca de informações, analises e seleção; a capacidade de aprender, criar, formular, ao invés do simples exercício de memorização.
Além dessas mudanças, se propõe uma divisão do conhecimento escolar em áreas, Linguagens e Códigos, Ciências da Natureza e suas tecnologias, Matemática e Ciências Humanas e suas tecnologias, e não mais a fragmentação em disciplinas.
“O projeto está fundamentado para atender os interesses do empresariado; a formação dos professores não dá conta desta alteração estrutural, há possibilidade de diminuir ainda mais a qualidade de ensino. O projeto desconsidera a realidade de cada comunidade escolar e a importância da educação contribuir na construção de um projeto de desenvolvimento alternativo. Nossa posição é contrária, tanto pelo atrelamento da educação com os interesses do setor privado, quanto da metodologia utilizada, pois ao propor um cronograma curto de “debates” e estabelecer a implementação de cima para baixo, fere o princípio da democracia, que é um dos pilares de uma educação de qualidade social”, relata Cândida Beatriz Rossetto, Diretora do 40º Núcleo do CPERS Sindicato.
O CPERS tem desenvolvido várias atividades em torno da proposta, como debates nas escolas da região e um Seminário Estadual de Educação.
A carga horária do novo currículo também receberá mudanças.
Viviane Lara / Da Hora
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