Pouca participação da população marca mais uma audiência pública em FW

Em número maior do que na última, mas não o suficiente para lotar o Plenário Hilário Piovesan. Assim foi a audiência pública ocorrida na noite desta quinta-feira, a qual teve o objetivo de proporcionar um debate entre comunidade, empresários e Poder Público a respeito do uso de sacolas retornáveis em Frederico Westphalen.

Embora em maior número do que na primeira audiência, público não lotou o plenário na noite de quinta-feira. Foto: Cristiane Luza

A primeira foi realizada no dia 10 de novembro, mas foi necessário marcar uma nova, pois apenas uma pessoa, de um município com quase 30 mil habitantes, se fez presente representando a sociedade civil. Esta segunda contou com a participação de cerca de 20 pessoas formando a plateia. “É uma pena que a população não tenha interesse em um tema que com certeza mudará sua vida e que é uma tendência a nível nacional e estadual”, lamentou o presidente da Associação Frederiquense de Supermercados (Afresuper), Juliano Razia.

Juliano ainda externou algumas mudanças que a Afresuper gostaria que fossem feitas na sugestão de Projeto de Lei, apresentada na outra audiência pelo presidente da Comissão de Justiça e Redação da Câmara de Vereadores de FW, Roberto Felin Junior. Entre elas, a diminuição do período de substituição das sacolas plásticas pelas retornáveis de 18 meses para seis, bem como penalidades para os empresários que não tivessem sacolas retornáveis e aos que fornecessem gratuitamente uma nova, caso o consumidor esquecesse a sua em casa.

Na proposta de Felin, ainda constava que os supermercados com no mínimo quatro caixas teriam um reservado para atendimento preferencial àqueles que utilizassem sacolas retornáveis, desde que o mesmo não prejudicasse o atendimento a gestantes, idosos, portadores de deficiência e pessoas com crianças de colo.

O empresário Roberto Torres perguntou durante a sessão se a lei valeria somente para as sacolas plásticas convencionais ou também para as próprias para lixo – conhecidas popularmente como sacos pretos. Felin respondeu que as sacolas pretas não são utilizadas para outras funções senão acondicionar o lixo, sendo assim, tem um destino final, que é o Cigres, em Seberi. Já as convencionais são usadas para outras coisas, e muitas vezes não recebem o descarte correto, prova disso, conforme ele, é o grande número que é possível vislumbrar dentro dos bueiros após uma enxurrada.

O chefe do setor de Meio Ambiente, Aldo Ghisolphi, disse que é preciso fazer campanhas de conscientização. Ele ainda ressaltou que há muitos munícipes que colocam o lixo recolhido em casa dentro dos contêineres que deveriam receber somente resíduos da construção civil e que seria preciso a cidade adotar o sistema de coleta seletiva.

Já Lírio Zanchet, dono de um supermercado, realçou que “ou se estabelece uma legislação draconiana, ou vamos continuar no chove e não molha”. “Conscientizar, a população já está conscientizada de que agride (referindo-se à sacola plástica) a natureza. Na hora H, como vamos proceder?”, indagou. Zanchet ainda falou que a grande questão era a praticabilidade, exemplificando com o fato de ter oferecido em seu estabelecimento mil sacolas retornáveis aos clientes durante as festividades natalinas de 2010, e apenas três voltarem às compras com elas.

Sobre o que fazer para mudar isso, ele falou sobre a política do “só lembra, se doer no bolso”: “Não trouxe, eu tenho aqui pra vender, vou lhe vender. Ah, mas como é meu cliente, vou dar uma. Se for para dar, vamos voltar tudo à vaca fria. E vamos continuar dando, porque o cliente não vai trazer. Penalização (para os empresários). Na primeira vez, multa em R$ 100. Reincidência, cassa o alvará”.

 

Cristiane Luza / Da Hora

 

 

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