Estudantes beneficiados ocupam Casa do Estudante no Cesnors em Frederico Westphalen

A moradia estudantil gratuita é um direito reservado aos alunos da UFSM, segundo Guia do Estudante. E baseados neste direito, e na ansiedade de não depender mais de aluguel, os alunos ocuparam a Casa do Estudante (CEU IV) no Cesnors de Frederico Westphalen munidos de mochilas e colchões.

Beneficiados da CEU IV e integrantes do DCE protestaram contra a demora da liberação da Casa do Estudante no Cesnors

Cansados de aguardar uma decisão do Centro de quando poderiam mudar para a Casa, os estudantes já selecionados para o benefício resolveram pressionar as autoridades da UFSM através da ocupação da Casa, que aconteceu nesta sexta-feira (16).

Por volta das 5 da tarde os beneficiários da moradia, com o apoio dos integrantes do DCE, se reuniram em frente ao Bloco I do Cesnors de Frederico Westphalen a fim de ocupar o prédio da Casa do Estudante. Com o propósito claro e com atitudes pacíficas, os estudantes adentraram o prédio sem causar nenhum dano ao patrimônio. O estudante Jackson França, integrante do DCE e que também vai morar na Casa, ressaltou a necessidade de se pressionar as autoridades da UFSM responsáveis pela administração da CEU IV: “Depois de tanto tempo nos enrolando e de tanta demora na inauguração da Casa, acho que este é o momento da gente ocupar o que é nosso, até porque não queremos mais ficar pagando aluguel, ainda mais nas férias”.

A ocupação da CEU IV não é uma manifestação ilegal. A estudante Bruna Surdi, membro do DCE e da diretoria da CEU II, localizada na sede da UFSM, viajou até Frederico Westphalen com o propósito de ajudar os próximos moradores da CEU IV quanto a questões de regulamentação do benefício de moradia estudantil e de regimento interno da Casa. Bruna esclareceu que “desde o momento que este direito ao benefício existe e está regulamentado, a ocupação da Casa não se torna ilegal”. Bruna também disse que no momento é muito importante a união entre os alunos, porque mesmo estando localizadas fora da sede, as Casas do Estudante do Cesnors são também Casa do estudante da Universidade Federal de Santa Maria, a CEU V: “temos que entender que o importante agora é a gente manter o sentimento de grupo de que nós como estudantes da UFSM temos este direito”, observou Bruna.

Os novos moradores da CEU IV estavam se sentindo em casa, literalmente, enquanto faziam o reconhecimento do prédio e dos quartos. Depois deste momento, os ocupantes decidiram fazer o sorteio das chaves dos quartos, para que a distribuição ficasse justa: com as chaves dentro de uma sacolinha, cada morador que estava presente na ocupação tirava uma das chaves, que seria seu novo lar a partir de então.

Os ocupantes estão tranqüilos quanto a segurança dos bens deixados na Casa, apesar da carência que o Cesnors ainda vive quanto a esta questão. Jackson França, estudante de Engenharia Ambiental, disse estar tranqüilo, pois nunca aconteceu caso de roubo no Cesnors. Os Estudantes beneficiados começaram a trazer suas coisas para a Casa: colchões, roupas, objetos pessoais, já com a idéia de permanecer na Casa mesmo sem a direção do Centro ter definido uma data para a liberação da Casa.

Como a ocupação da CEU IV foi pacífica, assim também o foi a conversa entre manifestantes e direção do Cesnors, e não houve nenhum tipo de resistência por parte da segurança da UFSM. No momento da ocupação, o administrador do setor de Patrimônio do Cesnors, Cleomar Marcos Frabizi, foi até a Casa para pedir que os alunos aguardassem até a terça-feira (20/12) para que a direção do Centro, juntamente com a reitoria, pudessem agilizar o processo de liberação da casa. Mas quanto a isso, os ocupantes foram firmes e bateram o pé: “vamos aguardar as decisões que tiverem de ser tomadas aqui dentro”. Neste momento, o diretor do Centro, Prof. Genésio da Rosa, estava reunido com o reitor Prof. Felipe Muller em Santa Maria, para decidir este impasse da liberação da Casa. Por telefone com o diretor Genésio, Jackson, representando os demais ocupantes, defendeu a permanência dos estudantes na Casa e garantiu que nada seria feito contra o patrimônio público “porque este é um bem nosso, não vamos destruir e nem danificar aquilo que é nosso”, ressaltou Jackson enquanto falava com o diretor Genésio.

 

Isabella Moura / Da Hora

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