O Rio Grande do Sul possui várias formas de expressão de sua cultura. Uma das mais referentes e conhecidas demonstrações desta cultura são as danças gaúchas tradicionais de salão, que são “bailadas” em jantares dançantes, shows do gênero, bailes, encontros etc. Estas danças vieram para o território através dos colonizadores, segundo dados do site do MTG (Movimento Tradicionalista Gaúcho) também possuem grande influência de países vizinhos ao estado. Porém com a mistura das etnias, as danças tomaram novas formas que se perpetuaram até os dias de hoje.
Para se dançar as danças gaúchas de salão dentro de um CTG (Centro de Tradições Gaúchas), a 1ª Prenda do Rio Grande do Sul, Joelma explica que deve-se estar “pilchado”, ou seja vestido à caráter: prenda com vestido tradicional e peão com bombacha, camisa e bota. Do contrário, muitas vezes os dançarinos descaracterizados acabam por serem retirados da pista. Rui Rocha, que já foi patrão do CTG Querência da Serra de Seberi, diz que dançar sem estar devidamente trajado é proibido, pois o que o CTG prega o respeito da tradição e dos costumes antigos, deve ser respeitado e é obrigatório que se façam o uso de tais roupas.
Estas danças não são dançadas apenas por diversão, pois há muitas competições onde são apresentadas como no ENART (Encontro de Artes e Tradições), onde os melhores competem por um título estadual de grande renome. Mauro Dalla Costa participou duas vezes no ENART nesta categoria onde se classificou para ir a final em Santa Cruz do Sul, mas não conseguiu nenhuma colocação entre os melhores, ele revela que deve ter sido pelo fato de nunca ter feito aulas de danças de salão.
Alguns dos ritmos mais conhecidos e dançados nos tradicionais fandangos (bailes gaúchos) são a vaneira, o xote, a rancheira, a valsa, a milonga, o chamamé e o bugio. As mais tocadas pelos grupos nos bailes são as vaneiras, seguidas pelo xote. Segundo Rui “quando toca uma rancheira que é bem alegre lota o tablado, e um chamamé também faz encher a sala”, ele enfatiza estes dois ritmos, pois são tocados poucas vezes durante os bailes. Todas as danças de salão devem ser dançadas com os pares enlaçados, Mauro dá uma breve explicação: “o par sempre deve dançar de frente a frente, o braço esquerdo do peão sustenta a mão da prenda e a mão direita do peão deve ser colocado nas costas da prenda sem deixá-la presa, apenas segura”, mas tem a exceção do xote que o par pode desenlaçar.
Para quem se interessa em aprender estas danças, vários CTG’s da região realizam cursos como o CTG Rodeio da Querência de Frederico Westphalen e o CTG Querência da Serra de Seberi. No Rodeio da Querência o curso será na última semana de julho. Já em Seberi ainda não tem data definida. Nos cursos são ensinados os ritmos citados acima.
Eduarda Wagner / Da Hora
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