Comics Code e os Mangás

A influência do Comics Code nas histórias em quadrinhos

A televisão, revistas, livros e filmes têm direito de abrangerem várias idades, já os quadrinhos acabaram sendo limitados para as crianças, o que acabou desvalorizando sua leitura. Os assuntos foram transformados em conteúdos ingênuos e puros. E infelizmente essa lei tornou-se realidade. Nos EUA, em 1954, foi implantado o Comics Code – adaptação dos códigos existentes na DC Comics e Archie Comics (editoras norte-americanas de histórias em quadrinhos) – que censurava as revistas em quadrinhos. Com essa lei, um gibi que continha violência ou nudez não poderia ser devidamente publicado. O objetivo da Comics Code era que os quadrinhos ficassem mais ingênuos, fossem leitura agradável e tivessem personagens e figuras para o público infantil.

Selo aprovação Comics Code.

Muitos leitores de histórias em quadrinhos, como o estudante de química Mauro Zang, 29, concordam em partes com a Comics Code. Ele pensa que os gibis estão sendo publicados com muita violência em suas páginas. Segundo ele, “a maioria dos gibis que eu li tem uma linguagem violenta, principalmente os da Marvel, que são os mais tradicionais. Não vejo como uma censura propriamente dita, mas acredito que os conteúdos devam ser pensados de acordo com a idade dos leitores”.

O Comics Code foi sucesso entre os jovens ingênuos, mas na década de 70 decaiu e até hoje os comics books sofrem as consequências deste mal às HQs. Isso tudo não ficou restrito à América, mas também ao Ocidente, onde havia muitos gibis desse gênero. Nosso país também foi atingido pelo Comics Code. Aqui foi chamado de Código de Ética, isso na ditadura militar, onde os militares criaram uma censura específica para os gibis.

Hoje, os quadrinhos não são unicamente voltados para o público infantil. Leitores de todas as idades e colecionadores guardam seus gibis favoritos. Diferentemente do que acontece com os livros, mesmo apresentando imagens com diálogos próximos ou semelhantes, muitos gibis são vendidos com o lacre “Proibida a leitura para menores de 18 anos”. A partir de 1980 vieram para o Ocidente os quadrinhos japoneses, os mangás, uma forma diferente de apresentação das histórias, que mesmo causando um choque incial, atrairam a atenção de muitos leitores.

Adequar os gibis à idade de seus leitores é importante para se classificar a leitura de acordo com o conteúdo apropriado para os vários tipos de público. Porém, a discussão deve levar em consideração o respeito à construção da obra pelo autor, bem como aquilo que ele pretende com ela. A ele cabem a atenção com as necessidades do seu público, com como o caminho percorrido, por ele, e pelos personagens nas tirinhas.

 

 

Martha Steffens / Da Hora

 

 

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