Projeto de lei quer acabar com perseguição de animais em rodeios

Um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados, em Brasília, está deixando os tradicionalistas apreensivos. De autoria do Deputado Ricardo Tripoli (PSDB/SP), o projeto proíbe a perseguição de animais durante rodeios em todo o país, o que atingiria a prova do tiro de laço, a mais disputada entre as competições campeiras do Estado, até mesmo as gineteadas e o tradicional Freio de Ouro.

Nas redes sociais, já circulam campanhas contra o projeto, abaixo-assinado e dezenas de manifestações de apaixonados pelo laço. Em jogo, está uma indústria que no Rio Grande do Sul movimenta 1,2 milhão de pessoas, segundo o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG). São cerca de 38 mil laçadores e 40 rodeios por mês durante a temporada que vai de outubro a maio.

Por outro lado, há aqueles que definem os rodeios crioulos como uma forma de maltratar os animais, um “circo de horrores”. O texto do projeto cita provas realizadas durante a Festa do Peão de Boiadeiro, em Barretos (SP) e refere a morte de um animal que teve a coluna vertebral quebrada durante uma prova.

A proposta, antes de ir a plenário, precisa ser aprovada nas comissões de Turismo, Meio Ambiente e de Constituição e Justiça. Para o Ministério Público, é possível conciliar tradição com bem-estar animal. Nos Campos de Cima da Serra, acordo entre a promotoria e o CTG Porteira do Rio Grande, que organiza o rodeio de Vacaria, criou regras que proíbem, por exemplo, esporas pontiagudas. E o cumprimento dessas normas é fiscalizado por uma ONG de proteção animal. Este ano, Ministério Público e MTG assinaram um acordo para fiscalizar uma lei de 2002, que regula os rodeios no Estado.

 

Tonie Gregory / Da Hora

 

 

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