Professores da região participam de atividades desenvolvidas por integrantes de programa de pesquisa da área da comunicação da UFSM Frederico Westphalen
Após o encerramento da greve no campus da Universidade Federal de Santa Maria
Professora Caroline Casali, coordenadora do projeto Mídiação
(UFSM) de Frederico Westphalen, o grupo que integra o Midiação – Programa de Pesquisa e Extensão em Educomunicação retomou os trabalhos no dia 5 de novembro de 2012. A primeira atividade deste semestre letivo ocorreu no prédio central da instituição e consistiu no debate sobre o planejamento das próximas ações.
Coordenado pela professora Caroline Casali, o Midiação é desenvolvido desde 2009 e tem por objetivo estudar novas metodologias no processo de ensino-aprendizagem, prestar assessoria a colégios da região do Médio Alto Uruguai na gestão das tecnologias da comunicação no ambiente escolar e na educação para a recepção crítica dos conteúdos midiáticos, além de complementar o ensino em comunicação na graduação, sendo uma oportunidade de aperfeiçoamento para os universitários que fazem parte do programa.
De acordo com a professora que está à testa das tarefas relativas ao projeto, o Midiação surgiu como uma ideia de aliar mídias e tecnologias da comunicação a ações de educomunicação nos espaços escolares de nível regional. “Por isso nós aliamos mídias que se referem ao uso de meios de comunicação nestes espaços, e assim porque é um estudo e uma comunicação direta nas escolas”, expõe Caroline.
Componente do grupo de pesquisa, a acadêmica de Jornalismo Vandressa Teixeira Garzon avalia a iniciativa como positiva, pois os próprios estudantes manifestam interesse pelo uso das mídias em sala de aula devido ao fato de o aprendizado se tornar mais fácil e agradável. “Espero que o programa traga boas e novas experiências e que a gente consiga passar esse ensinamento para os professores participantes”, complementa Vandressa, questionada sobre qual sua expectativa acerca do programa.
A educomunicação, segundo Caroline, é uma área considerada relativamente recente no âmbito de estudos e aplicações de proposições e metodologias na interface entre mídia, educação e comunicação. “Esta área surgiu como uma necessidade de trabalhar e poder trabalhar a metodologia e didáticas, principalmente escolares, num tempo de sociedade midiatizada, em que os próprios receptores midiáticos já dominam as lógicas e os fazeres midiáticos. Também, em trabalhar com essa geração de crianças que já nascem conectadas aos computadores, às novas linguagens, às novas ferramentas de comunicação”, explica.
O que são e qual a utilidade das mídias em sala de aula
Rádio, televisão, livros, computadores, satélites de comunicação, jornais, revistas. Qualquer suporte que sirva para a difusão de informações é considerado mídia.
Neste contexto, conforme a coordenadora do Midiação, Caroline Casali, para a adoção das mídias a serem utilizadas em sala de aula pelos professores é levada em consideração as ferramentas que a escola dispõe, assim como a situação de cada educador e estabelecimento de ensino onde leciona. Na Escola Estadual Técnica José Cañellas, localizada no bairro Itapagé, em Frederico Westphalen, os professores participaram, em outubro de 2009, de uma oficina para a confecção de fanzines, aprenderam a trabalhar com as ferramentas do Google e a criar um blog, por exemplo. “Os professores diziam que pouco sabiam como lidar com os espaços de comunicação em suas aulas, pois a graduação não os preparou; usavam, então, as didáticas já estabelecidas. Eles gostaram do impacto nos trabalhos em sala de aula, porém, foi possível perceber que na volta à escola, depois de alguns anos, o trabalho não teve continuidade porque demandaria muito tempo e os professores não veem na escola a valorização necessária por parte dos alunos”, conta.
Caroline expõe que o próximo passo do Midiação, por ora, será trabalhar em um projeto específico na Escola Cardeal Roncalli, para depois estendê-lo a outros colégios. “O projeto Midiação está se consolidando novamente depois de uma parada em 2011. Então, agora, nós estamos com um novo grupo”, frisa.
Projeto Entre-Linhas
Durante a primeira reunião deste semestre, ingressou no grupo a professora Cláudia Herte de Moraes, coordenadora do projeto Entre-Linhas. A ideia é fazer com que os dois projetos de pesquisa se complementem.
O Entre-Linhas é desenvolvido em escolas localizadas em comunidades do interior do município – isto é, em linhas – utilizando a produção de documentários. Seu objetivo é criar oficinas de produção de audiovisual nos educandários para que os jovens que residem nas localidades rurais possam produzir vídeos.
As temáticas são escolhidas de acordo com a cultura, histórias, contos e anseios das comunidades que recebem o projeto. “Este trabalho teve bons resultados apresentando no audiovisual a própria vivência dos alunos, da escola e da comunidade”, completa Cláudia.
Clique aqui para ouvir a entrevista.
Adilvane Spezia, Andreia Eckhardt, Rafael Lourenço e Cristiane Luza
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