Ocorreu, entre os dias 22 de julho e 2 de agosto, um curso avançado de áudio-descrição para professores e técnicos-administrativos na UFSM, em Frederico Westphalen. O curso teve carga horária de 40 horas, sendo 20 à distância, entre os dias 22 e 26 de julho, e 20 horas presenciais, dos dias 29 de julho a 02 de agosto.
Intitulado “Áudio-descrição: imagens que falam”, o curso foi ministrado pelo professor Francisco José de Lima, que destacou que a nomenclatura áudio-descrição é grafada com hífen, pois trata-se de uma tradução visual das imagens, não simplesmente uma descrição por áudio.
A áudio-descrição é, ao mesmo tempo, um recurso assistivo, uma técnica de tradução visual e um gênero textual, situado na filosofia inclusivista. Os participantes do curso receberam instruções basilares para a formação de áudio-descritores empoderativos. Em seguida, realizaram exercícios de áudio-descrições simultâneas de vídeos, como “Feiticeira”, “Pato Donald e Zé Carioca”, “Piu-piu Consciente – Campanha de prevenção (DST)”, entre outros. Também foram feitas descrições de imagens sintáticas, como a áudio-descrição da figura humana.
As barreiras atitudinais estão presentes na sociedade, permeando, portanto, a falta de acessibilidade comunicacional. O fornecimento da áudio-descrição vem, neste sentido, romper com dois aspectos importantes: a crença de que as pessoas com deficiência visual são incapazes de apreciar o mundo das imagens, ou que não têm interesse em fazê-lo; e a crença de que se deve oferecer acessibilidade comunicacional apenas por imposição legal.
Lima destacou que “Um tradutor visual que tem imagens para áudio-descrever e não encontra pessoas com deficiência para recepcionar sua áudio-descrição está em má situação. Mas estão em pior situação ainda os indivíduos com deficiência visual que não encontram um áudio-descritor que lhes possam áudio-descrever as imagens com competência”.
Rubia Steffens / Da Hora
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