Comunidade surda e população em geral relembram as lutas históricas por melhores condições de vida, trabalho, educação, saúde, dignidade, cidadania e direitos de igualdade cultural, indenitária e linguística.
O dia 26 de setembro foi escolhido para celebrar esta data, pois foi no ano de 1857 que inaugurou-se a primeira escola para surdos no Brasil, denominada Instituto Nacional de Surdos Mudos do Rio de Janeiro.
Atualmente, esta escola continua em funcionamento, com a mesma base e princípios de antigamente, levar o estudo e o conhecimento para aqueles que muitas vezes passam por preconceito e discriminação devido à surdez. Hoje, a escola chama-se INES, sigla de Instituto Nacional de Educação de Surdos.
Assim, nesse referido mês, tem-se então a comemoração da inauguração desta que foi a primeira escola para surdos, cujo local é até hoje o centro de referência na disseminação de novas metodologias para o ensino e aprendizagem da LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais).
No Brasil, algumas escolas já são adeptas ao programa de Inclusão Social, fazendo com que, assim, surdos sejam incluídos em turmas normais cursando o ensino fundamental e médio juntamente com ouvintes.
Jussara Trasel tem 28 anos, e formou-se no ensino médio em 2012, na Escola Estadual de Ensino Médio Rocha Pombo, localizada na cidade de Crissiumal-RS.
Jussara foi alfabetizada pela professora intérprete Mauriceia Maioli Volpato, que desde cedo a preparou para este momento e a ensinou, assim como todos os seus alunos, a lutar por melhores condições de vida, trabalho, educação e igualdade.
Ao questionada sobre a surdez, Jussara afirma: “Não tenho vergonha de ser surda, o que tem? Sou surda e sou feliz de ser assim! Alguém tem problema? Não tenho culpa e tenho respeito todos, você respeita também.
Na escola me sentir bem, estudei como outros, e colegas sempre legais, inteligentes, capacidade mesma que a nossa. Colegas inclusive aprenderam Libras.
Já sofri preconceito, mas não ligo! Eu dedicada, busco sonhos e objetivos, sou feliz assim, isso basta!”, conclui Jussara.
Assim como Jussara, vários alunos deficientes auditivos estudam regularmente na escola Rocha Pombo, e preparam-se para enfrentar os vestibulares normalmente. Inclusive, a jovem está cursando Tecnologia de Alimentos, em Santo Augusto, e afirma que nada vai impedir a realização de seus sonhos.
São exemplos como estes que demonstram que, para alcançar o sucesso, basta querer e lutar, pois não há nada que impeça aquilo que realmente se quer. Jussara finaliza seu discurso dizendo: “Eu sou surda e sou vencedora. Não pretendo parar, próxima faculdade, Medicina Veterinária!”.
É importante aproveitar esta data, para refletir alguns instantes sobre a importância de se trabalhar para uma sociedade que seja mais justa para todos. Parabéns, Surdos e Surdas!
Importante ressaltar que alunos que se comunicam por meio da Língua Brasileira de Sinais têm um modo peculiar de escrever, por não usarem os conectivos (conjunções, preposições, alguns verbos etc.). Na fala de Jussara, a maneira como ela escreve foi mantida.
Dalvane Rafael / Da Hora
Que legal Jussara!! Continue assim… Lute pelos seus objetivos! 🙂