Congresso em Cascavel traz o Rock como objeto científico

O I Congresso Internacional de Estudos do Rock, que ocorreu durante os dias 25, 26 e 27 de setembro, contou em sua programação com a apresentação de artigos durante as Sessões de Comunicações, realizada nos três dias na parte da tarde. É o primeiro evento do Brasil de estudo acadêmico tendo o rock como assunto central e objeto científico. Visa estimular a pesquisa e manifestação artística sobre esse tema, que tem grande relevância cultural e política e pode vir a se tornar um ótimo campo de análise para as ciências sociais e humanas.

Caroline Govari Nunes apresentando seu artigo nas Sessões de Comunicações do Congresso. Foto: Talita Moraes.

Caroline Govari Nunes apresentando seu artigo nas Sessões de Comunicações do Congresso.
Foto: Talita Moraes.

Com mais de 200 trabalhos inscritos, as apresentações foram divididas em sete simpósios temáticos: Histórias do rock, Poéticas do rock, Rock e cinema, Rock e comportamento, Rock e contracultura, Rock e educação e Rock e outras artes. Os trabalhos contaram com diversas abordagens, como o processo de criação de letras, questões estético-literárias de canções, estudos comparativos entre códigos de expressão, a influência do rock nos padrões comportamentais da sociedade, a utilização do rock no processo de ensino-aprendizagem e a relação dele com as mais diversas manifestações artísticas.

Caroline Govari Nunes, jornalista formada pela UFSM-FW, apresentou seu artigo “Cinema e Rock: uma análise dos usos da imagem documental para a estética do videoclipe em Chiaroscope, de Ricardo Spencer”, um estudo sobre o diálogo entre documentário e videoclipe, música e expressão audiovisual no DVD-Coletânea sobre as gravações do disco Chiaroscuro, da cantora Pitty. Caroline também apresentou, juntamente com Angélica Bomm, psicóloga formada pela URI-FW, o artigo “O feminino retratado na cena brasileira de rock’n’roll: uma discussão de gênero”, que levanta e questiona os papéis da mulher através das teorias de gênero e músicas que representam estes movimentos.

Daniel Dória falando sobre seu artigo "Psicoses ecoam por trás de uma barreira imaginária: o trauma geracional inglês pós-Segunda Guerra em The Wall (1982) e Tommy (1975)". Foto: Talita Moraes.

Daniel Dória falando sobre seu artigo “Psicoses ecoam por trás de uma barreira imaginária: o trauma geracional inglês pós-Segunda Guerra em The Wall (1982) e Tommy (1975)”.
Foto: Talita Moraes.

Os trabalhos apresentados tiveram os mais variados e inusitados assuntos dentro do contexto do rock, como estudos relacionando bandas com Edgar Allan Poe e Santo Agostinho, o rock no Chile, na Argentina e no Irã, desde o blues até o black metal. Ao final de cada apresentação houve um tempo para questionamentos acerca do tema, onde o interesse dos ouvintes e suas participações surpreenderam, rendendo excelentes debates e colocações.

Eduarda Wilhelm Possenti / Da Hora

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