No dia do deficiente físico, histórias de superação

O dia 11 de outubro é marcado pela comemoração do Dia Nacional do Deficiente Físico. A data foi instituída para promover a conscientização da sociedade e dirigentes sobre as ações que necessariamente e urgentemente precisam ser tomadas para a realização do aumento da qualidade de vida daqueles que lutam a cada dia mais pelos direitos humanos igualitários.

Hoje, no Brasil, os deficientes físicos representam aproximadamente 40% do total de pessoas com necessidades especiais. Por isso, a luta não baseia-se apenas na melhoria das calçadas e rodovias públicas. Mais do que acessibilidade física, busca-se transpor barreiras e dar condições para que tenham acesso à cultura, lazer, educação e principalmente ao mercado de trabalho, terminando de vez com o preconceito ou qualquer tipo de discriminação.

Alguns nascem assim, outros perdem os movimentos por consequência de acidentes ou problemas graves de saúde. Gladis Pohl, de Crissiumal, perdeu os movimentos e inclusive a sensibilidade no ano de 1999, devido à ruptura de um aneurisma cerebral. “Foi um susto para toda a família, e principalmente para mim. Saí do hospital me alimentando através de sonda naso-gástrica”, afirma Gladis.

Gladis Pohl em sua cadeira de rodas. Foto: Arquivo Pessoal

Gladis Pohl em sua cadeira de rodas. Foto: Arquivo Pessoal.

De acordo ela, a parte mais difícil do processo de recuperação foi aceitar que deveria deixar de lado todas as atividades que realizava, ao menos no começo da recuperação. “Eu era extremamente ativa, trabalhava, estudava e adorava fazer o serviço de casa”, comenta.

Após anos de fisioterapia e a busca incessante por melhoria de vida, Gladis afirma que é feliz. Sua casa não possui escadas e gosta de estar sempre bonita. Em sua rotina está o salão de beleza, internet, amigos, lojas e tudo que uma pessoa dita normal consegue realizar.

“Atualmente possuo apenas o movimento do braço direito, que recuperei fazendo fisioterapia. Tenho também o movimento limitado do tronco e a sensibilidade voltou. Um dia, atravessando a rua, uma senhora indagou-me: “como eu parecia ser tão feliz estando na cadeira de rodas?”. Na hora a pergunta me deixou confusa, mas olhei para ela e respondi que para alguém ser feliz não é necessário andar, e terminei dizendo que sou feliz, pois Deus me deixou viva”, conclui Gladis.

Perante histórias tristes relatadas por deficientes físicos, percebe-se que sempre há a superação. Cláudia Nass, também da cidade de Crissiumal, sofreu um acidente de moto aos 25 anos de idade, quando foi socorrida de forma inadequada, a deixando tetraplégica. Com anos de tratamento, recuperou alguns movimentos dos braços. Porém, a necessidade da ajuda de seus pais e amigos sempre foi de extrema importância.

Vizinho de Cláudia, o pedreiro Ernani Dreher se aproximou da moça, relatando seu amor por ela e sua vontade de ficar perto.

Cláudia e Ernani com seu filho no colo, afirmam que o menino trouxe muita alegria Foto: www.g1.globo.com

Cláudia e Ernani, com seu filho no colo, afirmam que o menino trouxe muita alegria. Foto: www.g1.globo.com

À medida que o tempo foi passando, a amizade virou namoro. Foi quando, juntos, tiveram que enfrentar a resistência da família de Cláudia. “Eles achavam que não era verdadeiro, pois como alguém se interessaria por mim, na minha condição? Mas, com o tempo, aceitaram”, afirma Cláudia. O casamento foi marcado e a união se solidificou.

Apesar das limitações, o sonho de constituir uma família sempre foi maior que qualquer problema, quando o casal decidiu ter um filho. Desde abril, com o nascimento de Vitor Davi, a família está completa e a felicidade estampada no rosto de cada um.

“Claro que toda a gravidez foi planejada, autorizada e acompanhada pelos médicos, e, como esperávamos, tudo deu certo,” afirma Cláudia.

Vários veículos de comunicação se interessaram pela história de Cláudia, o que possibilitou o acesso às informações para esta matéria, e outras realizadas em jornais, sites etc.

Com Vitor Davi completamente saudável e feliz, o casal afirma que, apesar de Ernani precisar ajudar bem mais do que o normal, não há felicidade maior do que saber que tudo está dando certo, e que com fé e perseverança mais objetivos almejados serão alcançados. Informações sobre a história de Cláudia retiradas do site www.g1.globo.com

 

Dalvane Rafael / Da Hora

 

 

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