Ocorreu no último sábado, 19, a 9ª edição do Festival Na Mira do Rock em Frederico Westphalen

Frederico Westphalen pode prestigiar, no último sábado, o maior e o melhor festival de rock já realizado na região. Reunindo bandas consagradas do rock no sul do país, o evento contou com aproximadamente 350 pessoas, público de diversas cidades, como Chapecó, São Miguel do Oeste, Palmeira das Missões, Santa Maria, Passo Fundo, Caxias do Sul e muitas outras.

O idealizador do festival é Luiz Carlos Nunes, mais conhecido como Fuga, e a ideia surgiu a partir do programa que ele apresenta na Rádio Comunitária de Frederico Westphalen. O festival cresceu ao longo desses nove anos, ganhando notoriedade e, consequentemente, contando cada vez mais com bandas de renome. “Sempre é compensador quando fizemos coisas de que gostamos e eu sou por natureza um cara que me dedico de corpo e alma às coisas que acredito”, afirma Fuga.

A primeira banda a subir ao palco foram os frederiquenses da Áudio Etílico, que venceram a Seletiva Na Mira realizada em agosto. A banda foi fundada em 2007 e é composta por Zéco Liberalesso (vocal), Rafael Costa (guitarra), Diego Uroda (baixo) e Gabriel Dalla Rosa (bateria). Em seu repertório, executaram músicas autorais de seu primeiro CD, lançado esse ano, e também covers de bandas como Talking Heads, Rolling Stones e The Doors.

Save Our Souls foi a segunda banda a se apresentar no festival. Foto: Silvana Primom.

Save Our Souls foi a segunda banda a se apresentar no festival. Foto: Silvana Primom.

Em seguida, foi a vez de Save Our Souls nos brindar com seu gothic prog metal e um set list todo de músicas autorais. Divulgando seu novo trabalho que será lançado em 2014 e seu EP de 2010, destacam-se as músicas All the Lost Souls, Soul Domination e Find the Way. A Save Our Souls é formada por Melissa Ironn (vocal/teclados), Marlon Lago (guitarra/backing vocals), Andrêss Fontanella (bateria) e Jackson Harvelle (baixo). Fundada em Porto Alegre, está na ativa desde 2009 e se destaca pela qualidade das suas composições com influência de diversas vertentes. Já abriu para bandas como Nightwish, Paul Di’Anno, Soulspell e Kamelot.

A terceira banda da noite a subir ao palco foi a Bravery Branded, formada em 2004, em Torres, e influenciados por bandas como Iron Maiden, Judas Priest e Helloween. Jadson Schlengmann (vocal), Eduardo Munari (guitarra), Douglas Bittencourt (guitarra), Carlos Loureiro (baixo) e Luiz Negrini (bateria) deram um show de heavy metal, enlouquecendo o público – inclusive esta que vos escreve – com suas músicas autorais, como Wolves in Heaven, True over All e Marching Alone, e também covers do Judas Priest, Iron Maiden e Motörhead.

Richard Zimmer do Cartel da Cevada mostrando seu rock n' roll no palco. Foto: Silvana Primom.

Cartel da Cevada agitando a noite de rock n’ roll. Foto: Silvana Primom.

A próxima a se apresentar foi a banda de Porto Alegre, Cartel da Cevada, que se apresentou pela segunda vez na cidade, tendo participado também da sétima edição do festival. Foi fundada em 2005 e tem em sua formação os músicos Igor Assunção (vocal e guitarra), Fernando Rosa (guitarra), Richard Zimmer (baixista) e Samuel Sbaraini (bateria). Eles já tocaram no Cosquin Rock, na Argentina, para cerca de 30 mil pessoas, tendo sido a única banda brasileira num dos maiores festivais de rock da América do Sul. No palco do Na Mira, Guillermo Carletto substituiu Fernando Rosa na guitarra, que não pode estar presente. Com suas músicas de letras sem frescuras, abordando temas como sexo, diversão e bebedeiras, animaram o público tocando A Puta mais Feia, Chokin’ (With a Beef), seu novo single Lembranças de Melancia, O Diabo é da Fronteira e várias outras. A parte mais esperada de todo o show é a aparição do Diabo pilchado, que declama um poema e distribui cerveja através de um funil. Em entrevista, o vocalista Igor Assunção comentou sobre a recepção do público do festival:

“O público da região é demais com a gente. Sempre nos dando muito carinho, interagindo bastante com a banda e curtindo muito esse tal de rock n’ roll! Mais uma vez nos deixaram com o sorriso de orelha a orelha, cantando até mesmo as músicas novas e sem parar de se divertir um minuto.”

Motorocker, a atração principal da noite. Foto: Silvana Primom.

Motorocker, a atração principal da noite. Foto: Silvana Primom.

Enfim chega a hora da banda mais esperada da noite e a atração principal mostrar toda sua energia no palco. O Motorocker nasceu em 1993, em Curitiba, tocando suas próprias composições e também covers de artistas consagrados, como AC/DC, Motörhead e ZZ Top, e decidiu investir em sua carreira autoral. O público se impressionou com a performance da banda, cantou e pulou sem parar a cada música que tocavam. Igreja Universal do Reino do Rock, Blues do Satanás, Brasil, Salve a Malária, os covers de Balls to the Wall do Accept, Highway to Hell e mais outras duas músicas do AC/DC, foram algumas das executadas em seu show. Marcelus dos Santos (voz), Luciano Pico (guitarra), Thomas Jefferson (guitarra), Silvio Krüger (baixo) e Juan Neto (bateria) já dividiram o palco com Deep Purple, Motörhead, Nazareth, Misfits, Sepultura, Twisted Sister, Iron Maiden e várias outras grandes bandas.

A banda cearense de death/trash metal Encéfalo, que se apresentaria pela segunda vez no Na Mira do Rock, não pode comparecer por problemas pessoais.

Apesar da expectativa de um público maior, os que compareceram foram só elogios, inclusive os músicos das bandas, que se surpreenderam com a recepção que tiveram. Jackson Harvelle, baixista da banda Save Our Souls, contou que as cidades longe da capital costumam ter uma recepção diferente, acolhendo os músicos de uma maneira que não dá mais vontade de voltar pra casa. “Se você procurar por aí, vai perceber que muitos eventos sempre buscam uma banda cover para poder ‘garantir’ o público da noite. E o Na Mira aposta nas bandas autorais e nos dá certa esperança. Bom seria se tivesse um ‘Na Mira do Rock’ por semana! Simplesmente foi incrível!”

Marcelus, vocalista do Motorocker, também comentou sobre sua impressão do evento:

“Eu particularmente achei tudo ótimo! Gostei tanto do trabalho e tratamento do pessoal que organizou o evento quanto do público presente. O local também ofereceu uma estrutura de qualidade. Muitas vezes os eventos em cidades do interior do Brasil são muito melhores e bem mais organizados do que em muitas capitais. O Fuga e sua equipe estão de parabéns!”

Conversando com Fuga sobre o futuro do festival, ele diz que:

“Gostaria de já poder pensar num próximo, mas devido ao quesito de público, que foi negativo e é crucial pra um projeto futuro, prefiro deixar passar um pouco o tempo e quem sabe depois formatar uma possível nova edição. Por hora agradeço a todos que são fieis ao estilo e, sobretudo, têm atitude.”

Frederico agradece à dedicação do Fuga e demais pessoas que se envolveram na organização, possibilitando mais um festival de alto nível que proporcionou uma grande noite ao público de rock da cidade e região que compareceu, curtindo bandas de tamanha qualidade.

Eduarda Wilhelm Possenti / Da Hora

 

 

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