Ponte do Rio Uruguai, na divisa de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, tem um dos lados isolados

A situação da ponte sobre o Rio Uruguai, que liga os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, está cada vez mais polêmica devido ao vídeo publicado na Internet que mostra a ponte balançando ao passarem veículos pesados sobre ela. Ao parar sobre uma das emendas que a ponte possui, pode ser visto facilmente que ela se move a ponto de balançar, por exemplo, uma moto que esteja sobre o local. Os trabalhos na ponte já foram iniciados, porém ninguém que está trabalhando no local disse saber o que está sendo feito para a melhoria dela.

Ponte sobre Riu Uruguai com um dos lados isolados por cones e gerador. Foto: Tamires Zortéa.

Ponte sobre Riu Uruguai com um dos lados isolados por cones e gerador. Foto: Tamires Zortéa.

A situação da ponte que faz a divisa entre as cidades de Iraí-RS e Palmitos-SC já foi estudada por diversos engenheiros civis, e muitos deles chegaram a uma conclusão sobre o que exatamente está fazendo as duas estruturas da ponte, que é dividida por juntas de dilatação, se chocarem. O problema, para eles, é o desgaste nas borrachas revestidas com aço, que se situam nas juntas. Isso é muito perigoso, pois, quando os dois blocos da ponte que mais se movimentam se chocam, a estrutura da ponte pode ficar cada vez mais comprometida.

Está sendo desenvolvida uma vistoria sobre a ponte, e um dos lados dela não pode mais ser usado, está isolado por cones normais e iluminados, estes últimos alimentados por um gerador. Desta forma, os carros que vêm de direções diferentes estão passando por um mesmo lado da ponte. Para que isso aconteça com segurança, foram colocados semáforos nas duas extremidades da ponte, do lado do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Assim, cada motorista que vem de ambos os lados deve esperar o semáforo dar o sinal para a passagem.

O gerador que foi colocado sobre o lado isolado da ponte é vigiado por trabalhadores que estavam fiscalizando o local e disseram apenas que não sabem de nada do que será feito na ponte após a vistoria. Disseram também que somente o “chefe” pode responder o que será feito.

O engenheiro Josias Killian da Silva explicou que “é imprescindível que uma ponte dessa estrutura seja dividida em blocos e esses blocos sejam ligados por uma junta de dilatação para “quebrar” a vibração na ponte quando passam veículos por ela, do contrário a ponte se partiria, mas não é normal que as duas partes da ponte se choquem como está ocorrendo, desgastando e comprometendo a estrutura  no local onde se juntam dois blocos que a formam. Porém, ainda é difícil saber o que deve ser consertado na ponte, é melhor esperar a vistoria”. Outros engenheiros acreditam que a junta da ponte deve ser trocada o quanto antes, além de ser feito o controle de cargas, pois a ponte não pode receber sobre ela mais de 45 toneladas.

Estrutura da ponte é comprometida aos poucos por falta de manutenção. Foto: Tamires Zortéa.

Estrutura da ponte é comprometida aos poucos por falta de manutenção. Foto: Tamires Zortéa.

Um dos lados da ponte foi isolado, fazendo com que menos carros passem pelo local e em muito menor velocidade. Isso ajuda a diminuir as vibrações da ponte, assegurando que ela se mantenha melhor e sem maiores danos por um tempo, até que outras providências sejam tomadas. Pode ser observado ainda que uma motocicleta parada sobre a ponte balança conforme passam os veículos, e suas proteções laterais também estão sendo afetadas e desgastadas com o choque entre os dois blocos que a formam e mais sofrem vibração. Tanto as pessoas que passam periodicamente pela ponte quanto os engenheiros estão reclamando da má manutenção do local que, segundo eles, é o que está fazendo com que a estrutura dela piore gradativamente.

Afirma-se, ainda, que não há problemas que afetem a estrutura da ponte e que somente é necessária a troca das borrachas que ficam nas juntas de dilatação, o que será feito em 2014, mas está sendo muito difícil fazer com que a população não fique com receio quando passa pelo local e, muitas vezes, quando para sobre a ponte e pode perceber o seu movimento nada natural, o que com certeza não tranquiliza ninguém.

 

Tamires Zortéa / Da Hora

 

 

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