Confira entrevista exclusiva com o radialista Luciano Potter, do programa Pretinho Básico.
A comédia atraiu quase 2 mil pessoas ao auditório da URI.
O Salão de Atos da URI – campus de Frederico Westphalen foi palco para uma dos espetáculos mais irreverentes da atualidade nos palcos do estado. Intitulada “O Primeiro Beijo Gay do Teatro Gaúcho”, a peça foi protagonizada por integrantes do programa “Pretinho Básico”, da Rádio Atlântida, na noite do último sábado, 22.
A comédia contou a história de Arthur, que acaba morrendo em um acidente de trem, minutos antes de demonstrar seu amor a Alcemar, seu noivo. Após o acontecido, o protagonista chega ao céu com a intenção de ressuscitar para beijar seu amado. Para isso, precisa provar que é digno de ressurreição e acaba se envolvendo com personagens hilários.
Conversa com Potter
A Agência Da Hora esteve presente no evento, e aproveitou a oportunidade para conversar com um dos integrantes mais queridos do programa: Luciano Pottter. O radialista faz parte da equipe do Pretinho Básico desde 2007. Minutos antes da segunda sessão, ele concedeu a entrevista. Confira:
Da Hora– O Pretinho Básico acabou se tornando um fenômeno pelo estado gaúcho. Quais são os planos de abrangência do programa?
Potter – Estamos presentes em todo o território do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Daqui a algum tempo, estaremos dominando o sul do país. Vendemos o programa para uma rádio de Pato Branco, do Paraná, e logo estaremos transmitindo no Mato Grosso.
Da Hora – Por que tu achas que este formato de programa fora do tradicional, onde existem várias pessoas falando ao mesmo tempo sem uma pauta exatamente ordenada, cercada de piadas, sátiras e brincadeiras, foi bem aceito pelo público?
Potter – Na realidade, isto é um Talk Show. Um modelo clássico de rádio, que migrou da rádio AM para a FM. Um talk show em rádios FM prima pelo entretenimento, para transparecer algo mais leve ao público. No Pretinho, há momentos em que tratamos de assuntos mais sérios e discutimos esses assuntos com uma visão crítica, mas, na verdade, o horário em que o programa é exibido consiste em um momento em que o ouvinte senta para relaxar, para descontrair, e tentamos fazer esse papel.
Com mais seguidores no Twitter do que o Grêmio, o Pretinho Básico consagra o sucesso nos palcos.
Da Hora – Por que escolheram esse estilo de programa?
Potter – O Pretinho Básico nasceu com a vinda do Alexandre Fetter para a rádio, junto com o Maurício, Cagê e Rafinha. Eles formaram esse Talk Show, que tinha o nome de “Cafezinho”, na rádio Pop Rock. Antes do Cafezinho, o Fetter já havia trabalhado no “Programa X”, da Rádio Atlântida. Então esse estilo já é algo que vem do próprio Fetter. Achamos que o pretinho dá certo, pois temos uma química muito grande entre a equipe, nós somos amigos a ponto de poder sacanear uns aos outros sem ninguém ficar ofendido. Nosso lema consiste em perder o amigo, mas não a piada, mas como nós somos muito amigos, nós não os perdemos, e então abre espaço pra muitas piadas.
Procuramos sempre pegar no pé de um ou de outro. Esse é o grande atrativo do programa, pois as pessoas que escutam também vivenciam a mesma experiência que a gente, e por conta disso nos escutam. O Pretinho é como se fosse um bar cheio de amigos, com um microfone, mas sem bebida alcoólica. É um local onde amigos conversam, pois não somos simples colegas de trabalho, somos realmente grandes amigos.
Da Hora – Como é a convivência com os fãs do programa, e como vocês reagem a isso?
Potter – Vemos os resultados do programa quando as pessoas chegam até nós como se fôssemos amigos de longa data, pois elas ouvem nossas opiniões, nossas brincadeiras e reclamações. O rádio é algo muito pessoal, você escuta no fone de ouvido, então somos muito amigos dessas pessoas, pois criamos química com o público.
Potter interpreta o personagem Arthur, que tenta ressuscitar para beijar o amor verdadeiro.
Da Hora– Como ocorre a escolha das pautas do programa?
Potter – Em quase todos os programas nos baseamos no Rodrigo Amaral. Nosso programa recebe inúmeros e-mails com piadas, sugestões, cantadas, histórias, e então cada um de nós recebe um bloquinho com algumas folhas contendo o roteiro do programa. O diferente é que no meio de alguma discussão séria algum dos apresentadores puxa um assunto e os outros comentam, fazem piadas e acabamos não seguindo o roteiro. Também recebemos direções do âncora do programa, no caso, o Fetter.
Da Hora – Como os ouvintes podem interagir com o Pretinho?
Potter – As pessoas podem nos enviar e-mail à vontade. O nosso blog do Pretinho também está aberto para o público enviar sugestões. Basta preencher um formulário.
Percebemos a grande interação dos ouvintes através de redes sociais. O nosso Twitter, por exemplo, tem seguidores do que o time do Grêmio, ou seja, somos maiores que o Grêmio, que o Inter, que o próprio União Frederiquense (risos). Na verdade, o Pretinho é um programa criado pelo público. E esse é o sucesso: as pessoas se enxergam e ganham voz no programa.
Victória Lieberknecht (entrevista, fotografia e revisão) e Leonardo da Silva (texto) / Da Hora
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