O último dia do VI Simpósio de Atualização em Agronomia, que aconteceu hoje, quarta-feira, 27 de agosto, nas dependências do Colégio Cardeal Roncalli, trouxe a palestrante Mirta Petry, doutora em Ciências do Solo pela Universidade Federal de Santa Maria. Ela falou sobre o manejo de irrigação, balanço hídrico do solo e necessidades hídricas das plantas.
A irrigação é de extrema importância para a agricultura. É impossível produzir sem água e o sistema de irrigação é visto como solução. Cerca de 20% da área cultivada do mundo é irrigada e mais da metade é de superfície, consumindo de duas a três vezes mais água.
Independentemente do método de irrigação adotado, seja regador ou uma tecnologia mais avançada, é preciso ter em mente como será feito o manejo e a quantidade de água que deverá ser empregada. A palestrante salienta que o processo de irrigação não gasta muita água, as plantas é que necessitam de muita quantidade da mesma para se viabilizar.
“Tem estatísticas que comprovam que dezembro, janeiro e fevereiro no Rio Grande do Sul sempre falta, mas na verdade são as plantas que estão consumindo mais água nesse período do que elas estão recebendo das chuvas, ou a chuva é mal distribuída. Então, se eu quero produzir com um potencial mais elevado eu preciso ter irrigação.” Afirmou Mirta.
O manejo de irrigação foi outro ponto chave. Este envolve o volume de água que precisa ser levada a uma área para então satisfazer a necessidade da plantação. É preciso manejar a umidade do solo de forma a promover o crescimento adequado da planta, minimizando assim as perdas de solo e água por erosão.
O acadêmico do 6° semestre do curso de Agronomia da UFSM, campus de Frederico Westphalen, Vinícius Szareski falou sobre a relevância do tema abordado na palestra e também se mostrou otimista com as previsões para o futuro da irrigação.
“A palestra foi muito construtiva para nós acadêmicos do curso de agronomia. É uma realidade que está vindo cada vez mais á tona no nosso Estado. Como as produtividades vem aumentando muito e a lucratividade também, o que vai ser uma tendência então para os próximos anos e em 2020 as áreas irrigadas podem chegar a um milhão de hectares.” Falou o acadêmico.
Mirta explanou também o conceito de Pegada Hídrica, que é a água incorporada no produto final. Ela é dividida em três classes distintas, sendo elas: Azul- água de rios, lagos e lençóis freáticos; Verde-água das chuvas e que é utilizada pelas plantas e cinza- água necessária para diluir todos os poluentes do meio ambiente. O Brasil destina 9% da água para a produção de bens externos e gasta um volume de 2027 metros cúbicos per capita por ano na confecção de produtos.
Um histórico das condições meteorológicas do local onde se pretende realizar o manejo de irrigação é necessário para satisfazer as necessidades hídricas da plantação, pois quanto mais disponibilidade de água, mais a planta consome. Tem-se muito lucro e o rendimento dentro de uma área irrigada é maior e os riscos de perda da plantação diminuem. Já numa área sem irrigação, mesmo investindo a mesma quantidade de insumos e a mesma de fertilizantes, os riscos de perda aumentam. Por isso a importância de se ter um bom sistema de manejo hídrico.
Anelize Katiane Espindola/Da Hora
Vanessa Harlos / Da Hora
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