Os bons gostos de João Bosco e seu tapete rítmico

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João Bosco vibra com apresentação em Pelotas – Fotos Álvaro Pouey /Da Hora

Cantos e compositor mineiro reinventa seus maiores sucesso com um grupo impecável

Com uma sucessão de cinco sucessos incríveis, executados em audições impecáveis, levadas ao máximo no momento em que até a cuíca roncou nas levadas do João e seu quinteto. Eram cinco que tocavam por cinquenta. Não se sabia onde era a banda e onde era o João. Uma simbiose perfeita entre os instrumentos, as canções e a plateia emocionada, aplaudindo em pé.

O mineiro João Bosco abria assim a série de espetáculos no Teatro Guarani do Pelotas Jazz Festival, dia 21. Guitarra, baixo, bateria e percussão faziam o tapete sonoro para que Bosco interpretasse suas canções ao violão, centralizado no palco em um banco vermelho. Com o rosto quase coberto pelo boné, o músico chamou o Almirante Negro, levando a plateia ao delírio, trazendo a princesa do Daomé e dizendo a todos que não se pode ser feliz se não for por amor.

E tem sempre mais de João Bosco.

Enquanto o percussionista Marçal e o baterista Kiko Freitas quebravam tudo, em movimentos rápidos e suaves, a guitarra de Ricardo Silveira solava por entre as frases do baixo de João Batista. O sincronismo e o prazer em tocar ficava evidente pelos rostos e sorrisos do quinteto, que tinha em João Bosco um regente inspirado em conduzir a sua alma sonora única.bosco1

O amor quando acontece é especial. Quando falou para o público, Bosco contou que em 1968 nunca havia saído de Minas Gerais e fora convidado por Vinícius de Moraes para conhecer o Rio de Janeiro. Chegou de avião, no lusco fusco da aurora, quando o sol começava a nascer e os bares na orla estavam com as portas meio abertas ainda, com os últimos frequentadores. Essa imagem, depois imortalizada em uma canção de Tom Jobim. Cantando eu você nós dois a beira-mar, João Bosco fez uma homenagem aos músicos gaúchos de sua banda, o baixista João Batista e o baterista Kiko Freitas, filho do músico gaúcho Telmo de Lima Freitas. Bosco disse ainda que esta era a sua imagem final do Rio de Janeiro e que a canção para ele era a felicidade e alegria, assim como a dança do bailarino Fred Astaire.

Depois das músicas Jade e Corsário não era mais necessário procurar o mar. Com uma plateia completamente arrebatada, João Bosco introduz suavemente os acordes de Smile, de Charles Chaplin, para executar a seguir sua hiper-famosa “O Bêbado e o Equilibrista”, cantada em coro por todo o teatro. Ovacionado, o músico nem deixou o palco para fazer o bis, onde novamente a plateia cantou com ele Papel Machê.

…é sim, tem sempre mais com João Bosco!

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