Portelenses dominam a 5ª etapa da Copa Cidades de Motocross 2015

Mateus Wisniewski se destacou com duas vitórias, enquanto seu irmão Matias venceu a primeira em casa

Valeu à pena esperar. Foram anos sem receber uma prova de Motocross – e nas últimas edições que recebeu, a cidade de Tenente Portela não teve representantes ponteando as principais categorias. Em evento realizado pelo Moto Clube Bronko, no último domingo, 23 de agosto, a comunidade portelense voltou a vibrar, se emocionar e comemorar a beira da pista localizada no Parque Aquático da Lagoa. Os anfitriões Wisniewski’s dominaram a 5ª etapa Copa Cidades de Motocross 2015, principal campeonato do Norte do Rio Grande do Sul e Oeste de Santa Catarina.

A pista colaborou para o sucesso emocional do evento. Com curvas de alta e baixa e saltos que exigiam diferentes técnicas dos pilotos, o circuito portelense é instigante a grandes pegas e “pede” uma pilotagem agressiva, desta forma os pegas foram consequência, ainda mais depois da chuva que caiu durante a madrugada de sábado para domingo. Canaletas,terreno irregular e diferentes opções de traçado a cada volta deixaram a nublada e fresca tarde de domingo quentíssima em adrenalina – como pode ser conferido detalhadamente, abaixo.

A 6ª etapa da Copa Cidades de Motocross 2015 está agendada para 11 de outubro, em Panambi. Porém, até lá, além das competições estaduais, os pilotos concentram visando a Copa Cidades de Velocross, cujo próximo compromisso ocorrerá neste domingo, 30 de agosto, em Tupanciretã.

 

Categorias Mirins

Se por um lado a pista facilita a possibilidade de grandes disputas, por outro ela dificultou a vida dos pequenos pilotos devido ao terreno irregular. No entanto, como grandes futuros campeões, as crianças fizeram bonito e arrancaram suspiros e aplausos dos presentes, especialmente pelos saltos arriscados e os grandes pegas envolvendo Santiago Leiria e Felipe Rodrigues.

 

55cc

  1. João Victor Rochinheski (Chiapeta)
  2. Bruno Foster (Três Passos)
  3. Eduardo Dambros (Ijuí)

 

65cc

  1. Santiago Leiria (Frederico Westphalen)
  2. Felipe Rodrigues (Seberi)
  3. João Pedro Delanogari (Ijuí)

 

85cc

  1. Felipe Rodrigues (Seberi)
  2. Santiago Leiria (Frederico Westphalen)
  3. João Pedro Delanogari (Ijuí)

 

Motos Nacionais (Promocional e Força Livre Nacional)

Pela primeira vez na história em Tenente Portela, as motos nacionais não tiveram representantes locais, devido ao ingresso dos irmãos Wisniewski as motos importadas e as lesões que tiraram Serginho, Catatau e Diabinho da etapa, desta forma restou o torcedor se apegar a um determinado piloto e torcer por ele. O frederiquense Jailo Boesing foi o que rendeu a preferência maior do público portelense, recompensando o carinho com uma ultrapassagem arrojada que deu a primeira colocação na categoria Promocional. Ao fim da prova o piloto agradeceu o carinho e dedicou a vitória aos Wisniewski, sua “família ah um ano no motocross”.

 

  1. Jailo Fernando Boesing (Frederico Westphalen)
  2. Rafael Baumgratz (Chiapeta)
  3. Pedro Guilherme Dahmer (Panambi)
  4. Daniel Brentano (Três Passos)
  5. Franciel Casarin (Caiçara)

 

Na categoria livre, o “xodó portelense” não se deu bem e fez prova de recuperação, apenas foi comunicado que Danny “Seu Madrugada” Oliveira venceu de ponta a ponta e colou na liderança do campeonato, ao ver seu concorrente direto Ricardo de Cristo terminar numa modesta décima colocação. Jailo permaneceu na vice-liderança, colado no líder e perseguido de perto por Danny. Mais uma vez, Rafael, Franciel e Daniel surpreenderam.

 

  1. Danny de Oliveira (Panambi)
  2. Rafael Baumgratz (Chiapeta)
  3. Franciel Casarin (Caiçara)
  4. Daniel Brentano (Três Passos)
  5. Jailo Boesing (Frederico Westphalen)

 

Estreante Importada

Não houve zebra, nem frustração. Mateus Wisniewski mostrou pra sua torcida porque é o líder invicto da categoria no campeonato e deu um passo importantíssimo rumo ao título. Cravando o Holeshot e fazendo prova segura, o portelense venceu de ponta a ponta e levantou o torcedor logo ao abrir da tarde de domingo, dedicando a vitória a todos os presentes. Fazendo corrida de recuperação, o catarinense Victor Fontana teve excelente atuação e ficou em segundo. A primeira colocação representou ao Mateus uma vantagem de mais de 50 pontos na liderança da estreante.

 

  1. Mateus Wisniewski (Tenente Portela)
  2. Victor Fontana (Águas Frias/SC)
  3. Giovane Lauermann (Maravilha/SC)
  4. Luiz Henrique Konrad (Panambi)
  5. Luis Alberto Safran (Três Passos)

 

Intermediária

Sem sombra de dúvidas, o contexto fez com que a disputa da categoria transformasse-a numa das baterias mais esperadas da etapa. Gate cheio, pilotos jovens e experientes, líderes de campeonatos estaduais e irmãos lado a lado, a apreensão foi grande e a torcida explodiu em alegria quando os portelenses saltaram na frente. Mateus fez o holeshot, sendo seguido no bafo por seu irmão mais velho Matias. Henrique Nicoletti, líder da categoria, apareceu em terceiro e pressionou os caseiros. Dividido entre atacar o irmão e defender sua posição, além de estar pressionado por nunca ter vencido na sua terra natal, Matias cometeu um dos raros erros de sua carreira e caiu, deixando caminho completamente livre para seu irmão vencer mais uma, já que Nicoletti acabou indo ao chão junto com ele. Mais uma vez, o catarinense Victor Fontana esboçou uma pressão sobre o Mateus, mas teve que se contentar com o segundo lugar.

 

  1. Mateus Wisniewski (Tenente Portela)
  2. Victor Fontana (Águas Frias/SC)
  3. Henrique Nicoletti (Ijuí)
  4. Matias Wisniewski (Frederico Westphalen)
  5. Emerson Moschen (São Miguel do Oeste/SC)

 

MX3

História, pressão e até regulamento. Tudo isso fez parte do contexto da categoria que só podem competir mulheres (de qualquer idade) ou homens com no mínimo 35 anos. O líder da categoria tinha 34 anos, onde entra o regulamento que possibilitou sua participação por completar a idade mínima durante a competição, mais precisamente no último domingo. Justamente no 23 de agosto, seu aniversário e de seu pai, Matias Wisniewski tirou um peso de suas costas, um tabu que pendurou durante seus aproximadamente 15 anos de carreira. Atualmente correndo por Frederico Westphalen, o multicampeão Matias jamais havia vencido na sua terra natal: Tenente Portela. Carrasco do passado, Grilo largou na frente e tentou impedir a vitória inédita, assim como fez anos atrás, no entanto Matias pressionou e forçou o errou do palmeirense, que foi ao chão e deixou caminho livre para o portelense assumir a ponta, segurar a pressão inicial de Danny e abrir uma confortável vantagem, conquistando o triunfo que lhe faltava. A torcida gritou, apoiou e chorou. O irmão mais novo foi o primeiro a abraçar Matias, que fez questão de dar um longo abraço no seu pai e agradecer a todos.

– Sempre quis ganhar na minha terral natal, nunca havia conseguido, mas valeu esperar. Só tenho a agradecer a esta torcida maravilhosa, que mesmo com o tempo nublado compareceu e apoiou o tempo inteiro. Além de a toda minha família e amigos, dedico em especial essa vitória ao meu pai, que também está de aniversário e sempre foi apoiador. Eu respeito todos os adversários, são grandes amigos, grandes pilotos, mas hoje essa vitória só podia ser minha. Hoje, definitivamente, é o meu dia – disse Matias, visivelmente emocionado, logo após receber a tão sonhada bandeira quadriculada.

 

  1. Matias Wisniewski (Frederico Westphaen)
  2. Danny de Oliveira (Panambi)
  3. Emerson Moschen (São Miguel do Oeste/SC)
  4. Luis Alberto Safran (Três Passos)
  5. Valmor Roberto Renner (Humaitá)

 

MX2

A categoria responsável por fechar a tarde foi marcada por pegas alucinantes e mais uma atuação de gala do portelense Mateus Wisniewski. Como sua moto apresentou problemas, o maior vencedor da etapa correu com a moto de seu irmão e mais uma vez largou na frente – seu terceiro Holeshot, em três largadas. Com dores, Marcelo Maziero não participou da prova e aumentou as expectativas de vitória ao menino de Portela, que fez grande pega com o trespassense Chico Loco. De tanto tentar, Chico caiu e perdeu posições, sendo que Mateus passou a se defender dos ataques do catarinense Virlei. Desta vez, não deu pro filho mais novo do aniversariante Sergio: Virlei assumiu a ponta e venceu, enquanto Mateus administrou e comemorou muito a segunda colocação. Nicoletti completou o Top 3.

 

  1. Virlei Wandsher (Iporã do Oeste/SC)
  2. Mateus Wisniewski (Tenente Portela)
  3. Henrique Nicoletti (Ijuí)
  4. Vanderlei “Chico Loco” da Silva (Três Passos)
  5. Tiago Fritsch (Três Passos)

 

Força Livre

Mesmo não encerrando as atividades, a categoria Força Livre é considerada a “F1 do Motocross” e é a única disputa em duas baterias por etapa. Como já virou rotina na temporada, Marcelo Maziero mais uma vez cravou duas vitórias e garantiu o topo do pódio. Líder do campeonato, Cristiano Razia manteve a regularidade e fez dois segundo lugares, ficando em segundo no geral e se isolando na liderança da principal categoria. Podemos dizer que a regularidade predominou na categoria em ambas as baterias, o que é raro, principalmente por se tratar de Chico Loco – terceiro posicionado. Virlei ficou em quarto e o sarandiense Alexandre Rech fechou o pódio principal.

 

  1. Marcelo Maziero (São Miguel do Oeste/SC)
  2. Cristiano Razia (Três de Maio)
  3. Vanderlei “Chico Loco” da Silva (Três Passos)
  4. Virlei Wandsher (Iporã do Oeste/SC)
  5. Alexandre Rech (Sarandi)

Texto: Ed Andreick Moreira / Da Hora 

 

About Agência Da Hora