Diego Adolfo Pitirini, 26 anos, estudante de agronomia que já participou de duas gestões do DCE diz que o acesso a universidade é muito restrito, argumentando que menos de 15% da juventude do nosso país tem acesso ao ensino superior. Segundo Diego, de todos esses apenas 4% tem acesso a universidades públicas. Além disso, “muitas pessoas estão em universidades de baixa qualidade que não fazem pesquisa e nem extensão” observa ele. Segundo Pitirini, essa é a realidade de muitas universidades privadas. “É necessária uma grande ampliação do ensino superior que garanta vagas públicas, que garanta assistência estudantil e espaço para que a maioria da juventude possa ocupar esse espaço de formação profissional, que permite que os jovens tenham melhores condições de vida e de trabalho”, enfatiza.
Segundo Diego Adolfo Pitirini, há mais pessoas que completam o ensino básico, depois o número de pessoas que completam o ensino médio diminui e, por último, o número de pessoas que têm acesso ao ensino superior é quase insignificante. Segundo Diego o Brasil tem dificuldade de sair da condição de produção primária para produzir tecnologia e em consequência disso se desenvolver em todos os sentidos como culturalmente, socialmente, politicamente, industrialmente e tecnologicamente. Diego diz que, pelo fato do país estar na 89ª posição em educação, ele não está apenas atrás de países desenvolvidos, mas também de países da América latina como a Venezuela, Cuba, Bolívia, Uruguai. “O Brasil sempre privilegiou o ensino privado e o ensino superior sempre foi para muito poucos, e isso reflete na condição geral do nosso país”, completa.
José Zasso é membro do Conselho Universitário e estudante do Curso de Jornalismo na UFSM, campus de Santa Maria. Ele acompanha assuntos universitários e já foi participou do movimento estudantil. Desta forma este estudante vê com bons olhos a ampliação da universidade, mas diz que “ela deve ser feita com qualidade, isso é, ter casa do estudante para todos quem precisa, restaurante universitário, cursos com laboratórios equipados e professores qualificados que possam desenvolver trabalhos de pesquisa e extensão”.
Para Zasso, hoje, alguns cursos tem uma qualidade melhor e outros nem tanto. “Alguns cursos tem uma demanda grande de materiais para desenvolver atividades e não estão totalmente disponíveis gratuitamente para os estudantes, isso acaba obrigando eles desembolsar esse dinheiro”, fala. José Zasso acredita que é necessário que antes da construção de novos campi, é preciso ter uma conversa da universidade com a sociedade para descobrir qual é a demanda da região. Para ele é necessário ouvir associações comunitárias, empresariais e movimentos sociais para que não seja criado algo distante da realidade.
Priscila Rose Junges / Da Hora
Deixe um comentário