Campus UFSM/FW elege pela primeira vez sua direção (atualizado)

O campus de Frederico Westphalen da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM/FW) passou por um processo eleitoral que envolveu três chapas, para a escolha de um diretor e um vice que irão atuar na próxima gestão da instituição. A primeira eleição para diretor do campus foi realizada no dia 10 de maio, no campus, com a participação de toda a comunidade acadêmica.

No dia 11, quarta-feira, a Comissão de Consulta anunciou o resultado oficial das votações, sendo vencedora a Chapa 1, composta pelos docentes Arci Wastowski e Igor Senger,  com 40,5% dos votos. A Chapa 2, formada docentes Braulio Caron e Lana Campanella, teve 40,3% dos votos, enquanto os docentes Sidnei Silveira e Malva Mancuso, da Chapa 3, ficaram com 17,3%. Além disso, 1,8% foram votos brancos e nulos.

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Presidente da comissão eleitoral: mesmo o Reitor podendo não nomear a chapa ganhadora da consulta, isso é improvável de ocorrer. Créditos: Pérola Ceron/Agência da Hora

Segundo a Comissão, a consulta contou com a participação de 724 discentes, 78 docentes e 47 técnico-administrativos. O presidente da Comissão de Consulta, Edner Baunhardt, acredita que o número de participantes foi bom, e que aproximadamente 71% dos alunos manifestaram a sua escolha.  Ele ressalvou, no entanto, que na campanha eleitoral faltou interesse e presença dos alunos junto aos diretórios acadêmicos para formulação de questões a serem debatidas com as chapas. Segundo o presidente da comissão, o processo foi tranquilo, sem registro de denúncias. “Houve apenas rumores, mas nada de grave chegou ate a Comissão”, afirmou.

Apesar das mais variadas opiniões no campus de Frederico Westphalen, os alunos, como um todo, esperam que a nova administração venha para somar. As acadêmicas do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, Juliana Barden, Tassiana Oliveira e Magali Poersch, desejam que a nova gestão estabeleça um contato direto com os estudantes, cumpra o que prometeu em sua campanha e que possa favorecer a todos os cursos da mesma maneira, trabalhando em conjunto. Enedina Martins, estudante do sétimo semestre de Agronomia disse acreditar que a campanha foi tranquila, e destacou que “as eleições reafirmam o direito democrático de toda a comunidade acadêmica, e por isso se constituem como tão importantes”.

De Cesnors a campus FW

Até o final de 2015, as extensões da UFSM em Frederico e Palmeira das Missões formavam uma unidade, o Centro de Educação Superior Norte do Rio Grande do Sul- CESNORS, contando com uma única direção administrada por Genésio Mario da Rosa e seu vice-diretor Rafael Lazzari. Após o desmembramento  do CESNORS/UFSM, os dois passaram à condição de campus, cada um com uma direção própria.

A partir de 2016, o campus de Frederico passou a ter uma direção pró-tempore, com o diretor Bráulio Otomar e a vice-diretora Lana D’Avila Campanella, enquanto era aguardado o processo eleitoral. Com a consulta realizada e a escolha da Chapa 1 pela comunidade acadêmica, agora se deve aguardar o processo de nomeação da chapa escolhida, que será realizada pelo reitor da instituição, Paulo Afonso Burmann.

Chapa vencedora pretende montar equipe técnica e plano estratégico

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Chapa 1 venceu a disputa com 0,2% de vantagem em relação à Chapa 2. Créditos: divulgação.

Arci Dirceu Wastowski e Igor Senger, representantes da Chapa 1, estão entusiasmados diante do resultado das votações. Os professores disseram estar confiantes e pretendem iniciar seus trabalhos montando uma equipe técnica e um planejamento estratégico, assim que a sua nomeação for oficializada.

Ao longo da entrevista, os dois enfatizaram a vontade de realizar um trabalho em conjunto, dialogando com todos os cursos e setores, de forma a aproximar as pessoas para o crescimento do campus, evitando rivalidades e desavenças com os colegas.

Questionamos os vencedores a respeito das propostas de outras chapas e eles responderam que usariam as propostas dos antigos concorrentes afirmando serem receptivos a todas as novas ideias que venham para agregar. Sobre a proximidade da gestão com os acadêmicos, pretendem criar espaços de diálogo com o agendamento de reuniões periódicas para discutir as necessidades da comunidade e ver o que é possível ser feito.

Sobre a ideia de que a chapa representaria a continuidade da gestão anterior, a dupla afirmou que não existe a possibilidade de comparar as gestões pelo fato de agora existirem duas pessoas olhando para um mesmo campus, o de Frederico, enquanto antes as preocupações eram divididas de maneira muito distinta.

 O que dizem as chapas 2 e 3

A Agência da Hora entrou em contato com as outras duas chapas participantes da disputa para que pudessem esclarecer alguns aspectos da campanha e falar sobre o que esperam da nova direção do campus. O professor Bráulio Otomar, que concorreu como diretor pela chapa 2, acredita ter feito uma campanha com os três setores envolvidos, alunos, professores e técnico-administrativos.

Quando perguntado se sua chapa pretende levar seus projetos para a nova gestão, Bráulio responde que “isso irá depender deles, já que a chapa vencedora é quem deve pensar se é melhor ou não”. Além disso, mencionou a importância do Diretório Central dos Estudantes-DCE, e da realização de ações conjuntas e não apenas isoladas por cursos.

Em entrevista por e-mail, a chapa 3 enfatizou que respeita a decisão do colegiado que escolheu outros gestores, e a partir de agora irá trabalhar com foco nas atividades ligadas aos respectivos departamentos e curso onde atuam. Também enfatizaram que fizeram o possível para que a comunidade acadêmica ficasse sabendo suas propostas e projetos e a importância do debate entre os concorrentes. “O debate realizado no dia 27 de abril foi muito importante, foi um divisor de águas. Infelizmente muitos integrantes da comunidade acadêmica não puderam participar. Mesmo assim visitamos todos os setores administrativos, salas de aulas e concedemos entrevistas a rádios e jornais”, informaram em entrevista por e-mail. Com relação aos votos. afirmaram que “muitos docentes, especialmente os que estão há menos tempo na UFSM, enxergam o campus de uma outra forma, de que estamos em um espaço de construção do conhecimento e não em um espaço para debates políticos”, explicando assim o número de professores que votaram na chapa. Quando questionados a respeito da nova gestão finalizaram: “Não fazemos oposição, pois estaríamos fazendo oposição ao campus. Esperamos que os futuros gestores consigam articular as propostas, mesmo com a escassez de recursos que se prevê daqui em diante”.

 

 

 

 

Wellington Hack – Agência Da Hora

Pérola Cerón – Agência Da Hora 

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