Em entrevista para a Agência Da Hora, o presidente do União Frederiquense, Edison Cantarelli, esclarece a atual situação financeira do clube, dos sócios e a construção do estádio
A situação financeira do único time profissional de Frederico Westphalen gera, cada vez mais, assunto entre os torcedores do município. A equipe da Agência Da Hora entrevistou o presidente do União Frederiquense, Edison Cantarelli, e durante a conversa, o mandatário do clube esclareceu alguns pontos que interessam a população tricolor.
Não precisou muito tempo na direção do Leão da Colina para que, o também professor de Engenharia Florestal na Universidade Federal de Santa Maria, campus Frederico Westphalen, percebesse a situação financeira em que o time se encontra. Com uma planilha de dívidas que variam entre longos e curtos prazos, a nova direção precisou tomar algumas iniciativas para correr atrás dos prejuízos. “Nesse primeiro mês de gestão estamos trabalhando para apagar esse primeiro incêndio”, afirmou o dirigente.
Com seis anos de vida, tricolor frederiquense possui, atualmente, uma dívida de R$ 705 mil. Viagens, moradia, alimentação, transportes, foram alguns dos fatores que mais influenciaram para chegar nesta situação e Cantarelli buscou na venda de terrenos, e propriedades do clube, uma saída para quitar algumas partes das dívidas. “Se der tudo certo a gente vai chegar ao final do mês de outubro já com uns R$ 550 ou R$ 600 mil”. A diminuição de aproximadamente R$ 100 mil do valor total é um dos objetivos a serem compridos pela nova direção tricolor.

Em seu local de trabalho, na UFSM-FW, Edison Cantarelli explicou os problemas que preocupam o Leão da Colina (Foto: Thiago Henrique)
Dívidas atingem as quatro linhas
O cenário abalado que o União Frederiquense se encontra trouxe a tona uma decisão que nenhum presidente deseja tomar: a possibilidade do clube não ter time profissional. De acordo com o atual mandatário do clube, cancelar o futebol profissional é a penúltima decisão que um presidente quer tomar, a última seria fechar o clube. “Não tenho como pensar em futebol profissional antes de quitar essas dividas”, explicou.
As preocupações também atingem as categorias de base. Até o final deste ano, o clube está garantido em competições, devido a um projeto que está em execução com a secretaria de esportes do Estado. No entanto, para 2017 não há nenhuma garantia de recursos para a categoria que conta com 30 meninos atualmente. “Possivelmente em 2017 nós vamos ter categorias de base somente no segundo semestre, em nível de escolinha e não mais categoria de base.”
Falta de atrativos no clube e crise financeira influencia desistências de sócios
A crise financeira que assola o país também alcançou os sócios do Leão da Colina. O União Frederiquense chegou a ter 700 sócios e atualmente possui em média 190. “Isso (a diminuição no número de sócios) preocupa, claro, porque precisamos desses valores. Mas entendemos também a situação financeira que o país atravessa” disse o presidente, que também acredita que pagar 35 reais por mês para ver jogos somente em quatro meses ao ano, ou até não ver, de fato, não é atrativo. Esse déficit de colaboradores teve influência na possibilidade de não ter futebol profissional, mas Cantarelli não perde as esperanças. “Tenho certeza que esses sócios vão voltar, quando eles sentirem que o clube tem uma estrutura, e que vai ser perene eles vão voltar”, frisou.
Construção do estádio e seus futuros benefícios
Para tornar o clube atrativo e em um longo prazo pagar as dívidas, o União aposta na construção de um estádio próprio. A dúvida pode causa estranheza no torcedor. “Com dívidas e construindo casa?”, no entanto, futuramente, o presidente afirma que os gastos serão menores. “Não é só a questão de ter um local próprio, é ter um local que tu não paga aluguel para jogar, para treinar, para morar. São questões que vão diminuir bastante os custos. E esse local, também vai ser utilizado para outros eventos. A gente tá mirando muito na questão dos shows, de grandes públicos, para serem feitos no estádio”, explicou.

Em entrevista a repórter Isadora Vilanova, o mandatário do União Frederiquense explicou que a intenção da nova diretoria é diminuir as dívidas em R$ 100 mil até o fim do mês de outubro (Foto: Thiago Henrique)
As construções no estádio são oriundas de campanhas, como Campanha do Cimento, de colaborações, acordos e trocas. Mas para finalizar as estruturas, Cantarelli frisa que será preciso investimentos maiores. “Estamos trabalhando em duas correntes: uma é pagar as contas outra é fazer a casa”, comentou o dirigente. Cantarelli ainda revelou que nos próximos dias o clube irá anunciar novidades, que provavelmente trará benefícios para o clube. “Surgiu uma questão que está sendo trabalhada no conselho do clube, temos certeza que vai alavancar a construção do estádio e quem sabe inaugurar ainda em 2017”, frisou o dirigente sem revelar quais são as novidades.
O estádio
As construções são feitas conforme as demandas. Atualmente a empresa responsável está trabalhando na questão da terraplanagem do campo e na construção de pilares que devem estar erguidos até o final do ano. Os próximos passos serão relacionados ao gramado, nivelamento, sistema de irrigação, os quais já estão orçados.
O União Frederiquense possui até o dia 12 de dezembro para definir se irá montar uma equipe de futebol profissional ou não em 2017. Nesta data será realizado o Congresso Técnico da Divisão de Acesso que definirá as equipes que disputarão a competição e formula que será realizada.
Isadora Vilanova – Acadêmica do 2º semestre de jornalismo e voluntária da Agência Da Hora
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