Vivemos o aflorar do século XXI, período em que tudo é transformado em modernidade, marcado pela preocupação com o ambiente, com a sustentabilidade e para com o povo que nele vive, oferencendo-lhe liberdade e acesso a conteúdos e informação. Não há necessidade de deslocamento a lugares longínquos para percebermos tal problemática, que na maioria das vezes não “percebemos”, exatamente por não vivermos tais dilemas. Nesta matéria, iremos dar destaque ao Museu Municipal Wülson Jehovah Lutz Farias, de Frederico Westphalen, um ponto de referência a turistas e também aos munícipes, no qual podem ser encontradas várias problemáticas, quando falamos de acesso ou acessibilidade.
O museu teve seu inicio com uma Comissão Pró-Museu, em 1985, tornando-se legalmente reconhecido em 1988 e, em 09 de junho de 1992, foi criada a sala do Monsenhor Vitor Batistella. “O propósito da concepção do museu é conservar a história e a memória da população do Médio Alto Uruguai. Tem como finalidade recolher, adquirir, estudar, conservar, comunicar, expor e estudar a cultura e o lazer, tudo que se constitui de fatos, de documentos e materiais históricos da região”, explana a professora e historiadora Jussara Jacomelli, uma das responsáveis pelo local. “Hoje o espaço conta com um número não definido de peças, podendo chegar perto de 1000, que estão sendo re-catalogadas, para melhor controle das mesmas. As peças são procedentes de vários municípios, como Erechim, Taquaruçu do Sul, Seberi, Santa Maria, Porto Alegre, Iraí e principalmente Frederico Westphalen, além de peças da Itália e regiões diversas do Oriente Médio”, finaliza ela.
Embora o museu esteja bem localizado na cidade, o acesso a tais materiais é um tanto quanto problemático. Listando aqui alguns desses problemas: 1) o difícil acesso ao espaço reservado ao museu, já que este não possui rampas para cadeirantes, nem corrimão para idosos e fitas antiderrapantes nos degraus da escadaria de acesso; 2) o espaço não condiz com o número de peças, o que dificulta a exposição adequada de cada objeto, a visitação e a visibilidade dos mesmos; 3) o horário disponível à visitação, hoje de 2ª a 6ª feira, das 9 às 11h30 e das 14 às 17h; e 4) a estrutura é dividida com outros departamentos municipais. Ciente de tais limitações, é inevitável a busca por algumas respostas.
Existe um projeto que, segundo Jussara Jacomelli, visa a melhorias e ampliação do espaço, que virá contemplar o acesso de pessoas com necessidades especiais, bem como os idosos (elevador e rampas), o qual está em processo de elaboração técnica e avaliação, já que necessita de verbas externas para sua concretização.
Tal concepção do projeto é oriundo de informações dos próprios visitantes. Por este ser um monumento histórico, não há necessidade de deslocar o museu deste espaço, já que o propósito e construir um acervo escrito e interativo junto ao museu, bem como um espaço educativo, distribuídos em alas mais cômodas e adequadas, uma delas dedicada a estudos e interatividade de som e imagem, buscando atrair ainda mais a população em geral. “Quando da concretização deste projeto, toda a estrutura será exclusivamente do Museu Municipal Wülson Jehovah Lutz Farias, permitindo assim o agendamento de visitas em horários alternativos”, destaca a historiadora Jussara.
A funcionária pública do museu, Odiles Babinski, destaca que, além de um espaço de visita, trata-se de um espaço de acúmulo pessoal e histórico. Ao aproximar-se de sua aposentadoria, cresce o desejo de continuar os trabalhos realizados há mais de um ano. “A aposentadoria para mim é menos importante do que se eu pudesse continuar na atividade que não vejo como um trabalho, mas sim como uma forma prazerosa de contribuir para com a história de Frederico Westphalen, por muito e muito mais tempo”, conclui ela.
Adilvane Spezia e Andreia Eckhardt / Da Hora
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