De geração em geração o nativismo se consagra na 32ª Coxilha

Na segunda noite da 32ª Coxilha Nativista apresentaram-se 12 composições concorrentes da fase Piá Taludo e 8 composições concorrentes da Fase Geral.

A fase Piá Taludo, que conta com a participação de jovens com idades entre 14 a 17 anos, tem como objetivo incentivar desde cedo o artista a participar dos eventos nativistas e busca a preservação dos valores e da origem nativista.

Emoção não faltou no momento da apresentação das músicas. Os competidores eram talentosíssimos e contaram com uma plateia que não poupou incentivo.

Em entrevista a Agência Da Hora, a candidata Ingrid Rodrigues Militão revela: “É minha primeira vez no festival, sou de Gravataí. Apesar das horas de viagem, compensa muito estar aqui. Independente da premiação, me sinto muito honrada de poder participar.”

Após apresentação de todos os competidores, o show ficou por conta de Jairo Lambari Fernandes. O público presente interagiu a todo o momento, cantando suas músicas e ovacionando-o. Jairo, por sua vez, em alguns momentos do show fez questão de agradecer a oportunidade de retornar a Coxilha, que foi e é tão importante em sua carreira.

Vamos aos ganhadores da fase Piá Taludo… São eles:

1º lugar: Kristopher Pires da Silva

Música: Das cruzes

Ritmo: Milonga

Letra: Severino Rudes Moreira

Melodia: Cristian Camargo e Zulmar Benitez

Cidade: Santana do Livramento

 

2º lugar: Giovana Mottini

Música: Milonga para Constâncio Soledad

Ritmo: Milonga

Letra: Jaime Vaz Brasil

Melodia: Ricardo Freire

Cidade: Porto Alegre

 

3º lugar: Vitor Campagnolo

Música: Tempo e da vida

Ritmo: Milonga

Letra: Nenito Sarturi

Melodia: Arthur Bonilla

Cidade: São Leopoldo

 

A Fase Geral contou com participantes do calibre de Pirisca Grecco, que concedeu entrevista exclusiva a Agência Da hora.

Pirisca falou sobre suas parcerias e a importância da Coxilha para o estado do Rio Grande do Sul.

Quando perguntado se o nervosismo que rola ao entrar no palco é o mesmo do início da sua carreira, Pirisca Grecco diz: “Acho que eu consigo controlar mais o nervosismo. Procuro incrementar na interpretação, no elemento cênico, às vezes no figurino. Procuro estar em contato com o autor da poesia para ver o que ele quer passar. O intérprete realmente faz esse papel de entregar essa encomenda né, eu gosto muito desse exercício, desse trabalho, dessa prática de cada evento representar um papel. Aqui na Coxilha é um trabalho um pouco diferente, é uma história que não exige muita fantasia, tem que estar concentrado na letra para realmente dar o recado. É um palco especial, eu comecei aqui, tenho 3 títulos aqui e é uma responsabilidade. Eu venho de sangue muito doce, tentando fazer uma festa bonita, tentando dar carinho para o público, tentando estar lúcido, tentando estar com todos os sentidos sob controle para poder passar uma imagem boa. A estrada nos ensina a se comportar bem para fazer um espetáculo bonito e aí os prêmios acabam sendo uma consequência.”

Pirisca Grecco também falou sobre seu reconhecimento no Nativismo: “Eu acho que esse plantio é constante. A gente por onde anda está espalhando a semente e muitas vezes temos a sorte dela bater em terra boa. O gaúcho é terra boa né, então onde a gente semeia a gente está sempre encontrando uma plantinha bonita, uma flor para colher. Acho que isso é que é importante, a constante manutenção de uma coisa que é para a vida toda, não é só para nós, é para os nossos filhos, nossos netos… A história da música gaúcha é muito moderna, são só 40 anos de festivais, então ela está sendo escrita e eu acho que tem que ter essa consciência para saber que daqui a 100, 200 anos vão estar falando sobre nós, sobre nosso comportamento, sobre o que a gente fez. Tem que fazer bonito, tem que estar com a emoção sob controle para poder estar sempre acrescentando e aproveitando cada espaço que é dado para a música gaúcha que eu acho que realmente o Rio Grande está cercado né… Vão passar as modas e o que vai ficar é a música espontânea, a música de coração, esse trabalho que é feito com pé no chão nesse Rio Grande que nos inspira tanto com sua paisagem, suas belezas, seu povo bonito, seu povo do ‘fio do bigode’… Isso nos influencia e nos faz cantar.”

Como não poderia ser diferente, a Fase Geral foi um espetáculo a parte. Oito músicas com ricas letras, que contaram com a ajuda dos intérpretes que não pouparam esforços para fazer com que o público vibrasse ao término das canções.

O Secretário da Cultura Alex Della Mea falou sobre o empenho que os cruzaltenses tiveram para a realização da Coxilha: “A preparação para a Coxilha nos envolve o ano inteiro. A comunidade inteira se mobiliza. As pessoas acabam se identificando com Cruz Alta por causa da Coxilha. O objetivo é tentar fazer cada vez melhor.”

Nesta sexta-feira, 27 de julho, a programação segue na 32ª Coxilha Nativista com 12 músicas na Fase Piá e 8 na Fase Geral. O show fica por conta de Elton Saldanha.

 

 

Carolina Marostega/ Da Hora

Entrevista: Kelin Ponciano e Guilherme Tavares/ Da Hora

About Agência Da Hora