Na tarde de ontem, 3, ocorreu no auditório do colégio Cardeal Roncalli o enceramento do evento Universidade Fora do Armário, que pela primeira vez aconteceu em Frederico Westphalen.
A tarde teve início com a palestra “Bullyng no Contexto Escolar” ministrada por René Ternus, pós-graduado em Gestão Escolar e em Ciências Sociais, além de ser mestrando em Ciências da Educação pela Universidade Politécnica do Paraguai.
Durante as palestra, René explicou as possíveis causas para o bullyng nas escolas. Ele afirma que para uma relação menos complicada na escola é preciso uma melhor orientação familiar, pois assim as crianças terão uma melhor formação de suas personalidades. Destacou que a personalidade da criança geralmente já está formada entre 6 e 10 anos, porém ela é inserida na sociedade antes dela formar-se completamente e desse modo se deparam com situações que ainda não estão preparadas para enfrentar, daí muitas vezes surge o preconceito.
“Falta resolver os problemas da infância para diminuir os conceitos e os preconceitos da sociedade”, enfatizou René Ternus.
René afirma que é preciso definir com clareza o tipo de cidadãos de que nós precisamos, direcionando a educação das crianças nesse sentido, lhes impondo limites, ensinado respeito, e para que isso aconteça é necessário que os pais deixem de ser reféns dos caprichos e das vontades de seus filhos.
Ressaltou também que, na maioria das vezes em que os filhos são vitimas de violência e preconceito, os pais preferem não ir em busca de seus direitos, com medo de externar para a sociedade os seus problemas.
A tarde continuou com Bárbara Zen e Nei D’Ogum falando sobre o “Movimento LGBTTS de Santa Maria: Histórico, Lutas e Perspectivas”. O movimento de Santa Maria é um grupo de discussão de gêneros sem praticamente nenhum viés politico.
Nei contou um pouco da luta LGBTTS na cidade de Santa Maria desde o fim da ditadura militar até os dias de hoje. Ressaltou que os problemas começam quando os LGBTTS assumem sua sexualidade e por isso, segundo ele, muitos se mantêm na “clandestinidade”, pois acabam pensando que não serão pessoas bem sucedidas no emprego ou que irão sofrer julgamentos por assumirem essa sexualidade diferenciada. Destacou também o papel do movimento em questões como a AIDS, a distribuição de remédios gratuitos para a doença, a campanha pelo uso de preservativos e pela tolerância LGBTTS, já que não há uma legislação que os garanta proteção.
Bárbara Zen falou sobre o Coletivo Voe, um grupo de luta em defesa da diversidade. O nome remete à liberdade, igualdade entre os seres humanos. Segundo ela, o coletivo surgiu através de pautas e interesses comuns dos estudantes, sem o apoio da universidade. O coletivo busca apoiar e apoiar-se na comunidade e participa de eventos e manifestações como a Marcha das Vadias, Dia do Orgulho LGBTT, entre outros, além de realizar discussões na sociedade com assuntos como os direitos da mulher e casamentos homoafetivos, tudo em prol da aceitação da diversidade e do fim do preconceito.
Carina de Oliveira / Da Hora


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