Método de preservação da madeira é alvo de projeto de pesquisa pelo curso de Engenharia Florestal

Leticia fala sobre o projeto e mostra a experimentação

Desde o início do primeiro semestre letivo de 2010, o curso de Engenharia Florestal do Centro de Educação Superior Norte, O CESNORS, por meio do Professor Rômulo Trevisan, doutor em Engenharia Florestal, vem desenvolvendo um projeto de pesquisa referente a produtos que visam à preservação da madeira. Atualmente conta com apenas uma pesquisadora, que não é subsidiada, Leticia Chechi, estudante do oitavo semestre de Engenharia Florestal, que começou a participar em março de 2011. O projeto já contou com a participação da aluna Andréia Trauntenmüller, no período inicial, que se desligou do mesmo pelo término do curso. Ela trabalhou na organização inicial dos elementos necessários para os testes, além de uma prévia tentativa de inoculação do fungo, ou seja, a inserção do mesmo na madeira.

 

Intitulado “A eficiência do CCB na resistência da madeira de EucalyptusgrandisW. Hill exMaiden ao fungo apodrecedor Pycnoporussanguineus ”, o projeto visa testar a possibilidade de o preservativo químico CCB, ou seja, Borato de Cobre Cromatado, apresentar um prazo maior de durabilidade à madeira, por meio do combate a podridão branca causada por fungos. Os testes são feitos com o eucalipto.

Para a realização desses testes, conta-se com um laboratório próprio, além de uma parceria com o curso de Agronomia, que cede o Laboratório de Fitopatologia, dispondo de uma câmara com possibilidade de controle do calor e do foto período. Leticia ressalta que para uma inoculação do fungo que traga bons resultados, é necessária uma câmara climatizada, que controle também a umidade.

O processo se desenvolve em algumas etapas, na qual primeiramente há uma separação do fungo causador da podridão branca, e em seguida utilizam-se corpos de teste, ou seja, são pequenos pedaços de madeira que simulam um tronco. Estes dois elementos vão ser vedados em um recipiente que vai simular um microssistema a determinada umidade, calor e luz.O primeiro processo dura em torno de dois meses, e o segundo, em torno de três meses segundo Leticia. Durante esse período, observa-se como o fungo vai reagir diante do produto preservativo. Os testes são feitos em três corpos de prova diferentes, um primeiro chamado de testemunha, no qual não é colocado o produto preservativo, um segundo no qual é utilizado 2% deste, e um terceiro com 4%.

Sobre a utilização prática dessa pesquisa, Leticia ressalta a possibilidade de agricultores trabalharem com postes de madeira no lugar dos de concreto, já que esse processo teria um custo mais baixo além de uma durabilidade maior se fosse tratado. Nesse sentido ainda destaca que a substituição gradativa da madeira pelo concreto está ligada a uma ideia de sustentabilidade, porém é um processo para longo prazo. Trevisan também enfatiza que após os testes é possível dizer para o agricultor se é eficiente a utilização do preservativo ou não.

Trevisan ainda alerta para quem está nesse campo uma possível exploração mais profunda desse assunto, e diante da falta de vaga no mercado de trabalho, destaca uma alternativa: “faça palestras, pra cooperativas, ensinando como faz isso”. Se após as análises se verificar que em determinada concentração há uma eliminação do fungo já se terá base para aplicação, mas não descarta futuros ensaios para outro tipo de preservativo, como o CCA, Arsenato de Cobre Cromatado.

As palavras do professor referentes à falta de uma estrutura adequada destacam o espírito que permeia o projeto, “nunca vamos chegar ao ideal, eu sempre quero mais”.

Acompanhe os áudios explicativos de Leticia e Rômulo  clicando aqui

Daniela Martins do Prado, Maira Kempf, Poliana Grudka e Simone Fritzen

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