“Legislação da política florestal” foi destaque no primeiro dia de palestras da IV SAEF

Marcelo Bernál trouxe para a IV SAEF prós e contras sobre o Novo Código Florestal. Foto: Joana Schumann.

Nesta terça-feira, 8, foi dada a abertura oficial da IV Semana Acadêmica da Engenharia Florestal da UFSM/CESNORS, que se estende até a sexta-feira, 11. Sendo quatro dias de palestras e discussões, cada um destes tem por objetivo abranger um tema-foco, sendo eles respectivamente: “Código Florestal”, “Empreendimentos Florestais”, “Extensão e Desenvolvimento Rural”, e oferecimento de “Minicursos” no último dia.

No dia de hoje, a palestra inicial foi com o engenheiro florestal Roberto Ferron, que é diretor do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (DEFAP), pertencente à Secretaria do Meio Ambiente (SEMA). Roberto lembrou aos acadêmicos que 2011 é o ano internacional das florestas e que estas, por sua vez, têm papel social e ambiental para a sociedade. O engenheiro fez uma reflexão também sobre o fato de que não só o agricultor é prejudicador da natureza, mas também as cidades com suas grandes produções de lixo, falta de saneamento básico, entre outros tipos de poluição. O palestrante ainda expôs a abrangência do setor florestal, como o industrial, que pode produzir celulose, e o energético, que pode produzir lenha e carvão vegetal. Por fim, alegando que a madeira nos acompanha sempre, Roberto Ferron brinca: “Alguém aqui quer ser enterrado em caixão de plástico?”

Na segunda metade desta manhã de terça-feira, a palavra foi da engenheira florestal Daiane Caporal, formada na UFSM, campus de Santa Maria, que falou sobre licenciamento ambiental. Daiane explicou que com a destruição e/ou alteração em habitats naturais é preciso estudos ambientais qualificados. A engenheira mostrou o processo de um licenciamento que passa por diversos procedimentos que devem ser respeitados e, por este motivo, “não é como um simples alvará”, afirma Daiane.

No turno da tarde, Marcelo Nascimento Bernál, que é formado em Engenharia Florestal pela UFSM, campus de Santa Maria, abordou o assunto “Novo Código Florestal”. Fazendo um breve cronograma histórico do Código Florestal e apontando reformas que foram feitas ao longo do tempo, Marcelo chegou ao Novo. No momento em que se tem maior área para agricultura e a facilitação ao acesso de recursos naturais, as consequências são diversas, como a extinção de espécies, a falta de refúgio na fauna e a superação do poder econômico sobre o Meio Ambiente. O engenheiro então questiona a mudança no Código Florestal e aponta alternativas para as más consequências citadas. As opções são a alteração do modelo monocultural da matriz produtiva brasileira, potencializar o uso de espécies nativas e colocar em prática sistemas agroflorestais bem estruturados e equilibrados, dando como exemplo a plantação de citrus.

Ainda na palestra de Marcelo N. Bernál, foi apresentada uma campanha, de um comitê nacional de proteção às florestas, para que a decisão sobre o Novo Código Florestal seja revista. A campanha visa conseguir 1 milhão de assinaturas de quem é contra a nova reforma. Este abaixo-assinado passará também pelo CESNORS amanhã, dia 9.

O primeiro dia da IV SAEF terminou com uma socialização entre os acadêmicos e com a participação da mineira Raquel Vieira, estudante do 6º semestre de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e membro da Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal (ABEEF). A estudante deu ênfase na importância do movimento estudantil que busca um trabalho coletivo no qual cada integrante seja protagonista.

 

Joana Schumann / Da Hora

 

 

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