Prazer, Transformista é uma reportagem feita como método de aprendizado e avalição da disciplina de reportagem multimídia. Realizada por um grupo de acadêmicos do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Maria, Campi de Frederico Westphalen, a reportagem faz uso de todas as ferramentas tradicionais do jornalismo, convergindo assim, textos, vídeos, fotos e áudios e tornando-se uma reportagem multimídia, própria para a plataforma do jornalismo on-line. Durante quatro meses nos propomos a investigar as nuances da prostituição masculina na cidade de Frederico Westphalen, interior do Rio Grande do Sul, região do Médio Alto Uruguai.  Foram quatro meses acompanhando um grupo de jovens que se travestem de mulher e saem nos finais de semana para conseguir programa, muito mais por hobe do que por necessidade financeira.

Sexualidade, prostituição, família, preconceito, crises de identidade, insatisfação, procura por sexo e prazer nos saltam aos olhos por meio de textos e vídeos, fotos e áudios como sentimentos simplesmente humanos, e nem por isso banais a ponto de não nos instigar a mostrar tais histórias como incomuns em uma cidade interiorana e católica. Ou simplesmente mostrar a história de um grupo de homens e meninos, menores de idade ou não, que fazem uma escolha todas as sextas e sábados quando saem para prostituir-se, sendo essa escolha desmembrada a partir do momento em que  você começar a ler, ouvir e ver, explorar sob várias maneiras nossa reportagem.

O primeiro passo foi a negociação: até qual ponto eles aceitariam falar para um gravador ou falar diante de uma câmera sobre suas vidas, sobre prostituição, sobre o porque travestir-se de mulher, sobre clientes e família, sobre suas intimidades, aspirações e desejos? Nossa preocupação também se deu pelo fato de que alguns deles não atingiram a maior idade, constituindo prostituição infantil, o que é criminalmente punível. Devido a isso, também buscamos o parecer junto ao Conselho Tutelar e autoridades policiais da cidade. E justamente aí, que entra outra discussão: a consciência dos mesmos de estarem fazendo algo errado ou não. Após algumas restrições impostas como o uso de seus nomes femininos para identifica-los, além das entrevistas, nós os acompanhamos ao “transformarem-se em mulher” e também ao sair a rua na tentativa de conseguir programas. Você pode conhecer todas essas histórias, se aprofundar em todas essas discussões e serem apresentados como muito prazer aos nossos transformistas a partir de agora.

Acadêmicos: Aline Martins, Camila Souza, Cassiano Fernandes, Dieison Marconi e João Marcelo Faxina.