A insatisfação do funcionalismo público do estado com o Governo do RS

Crise financeira atinge salários dos servidores ligados ao Executivo do Rio grande do Sul

Por Savanna Fonseca Rocha

savannarocha@hotmail.com

                                             (Servidores protestando na capital gaúcha. Foto: Giovana Beiró)

No dia 28 de outubro, comemora-se o dia do Funcionário Público em todo território nacional. A data foi instituída no governo do presidente Getúlio Vargas, através da criação do Conselho Federal do Serviço Público Civil, em 1937. Muitos “concurseiros”, como são apelidadas as pessoas que estudam para passar em um concurso público, sonham em comemorar esta data. O que infelizmente para muitos gaúchos, funcionários públicos do Estado do Rio grande do Sul, não tem sido um dia tão especial nos últimos anos. A crise no Estado abala a contas públicas e o salário dos servidores e aposentados. O que ocasiona parcelamentos dos vencimentos dos mesmos.
Em 34 meses do atual governo Sartori a prática de parcelamento já chega ao 23º mês, Atingindo em torno de 345 mil funcionários, sendo eles: todos os servidores estatutários ligados ao Poder Executivo, Instituto de Previdência do Estado – IPE, Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), Daer, Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Fospa), Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (FIGTF),Fundação de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) e Fundação de Proteção e Pesquisa em Saúde (Fepps).
Antes do atual Governo, os servidores tiveram os salários parcelados uma única vez em 2007, durante o governo de Yeda Crusius.

GREVE
Em setembro deste ano, os servidores da educação aderiram ao movimento de greve. A categoria pede o pagamento integral dos salários, que estão sendo parcelados desde fevereiro de 2016. O Centro dos Professores do Estado do RS – Sindicato (CEPERS) e o governo estadual continuam com este impasse, pois o governo já divulgou parcelamento novamente o salário do mês de outubro. A Polícia civil aderiu a uma paralisação de 10 dias no mês de outubro, onde também era uma reação ao parcelamento dos salários.
No mês de agosto deste ano, servidores fizeram boletins de ocorrência contra o governo, alegando que o parcelamento dos salários é crime, e que o Piratini descumpriu uma liminar da Justiça que obriga o pagamento em dia para o magistério.
Para a Brigada Militar, fazer greve é proibido pela Constituição. (Aos militares dos Estados, no ponto que interessa, aplicam-se lhes disposições do art. 142, § 3º, da Lei Maior, por força do disposto no § 1º do art. 42. Estabelece-se que “ao militar são proibidas a sindicalização e a greve” (art. 142, § 3º, IV).).

Sem conseguir se mobilizar contra essa situação do governo, com os salários parcelados e sem terem recebido o 13º, os militares continuam atuando nas ruas do Estado e garantindo a segurança da população. “Acredito que hoje continuo trabalhando por amor à profissão, motivado acredito que nenhum da corporação esteja. 13º parcelado em 12 vezes, salário vai para nossa conta quando o governo quer. Enfim sabemos que a situação está precária, mas sabemos que caso a Polícia Militar parasse (somos proibidos de fazer greve) o caos se instalaria. A população não dá valor para o nosso trabalho e mal sabem eles, que sem nós ninguém conseguiria andar nas ruas com essa violência. Mesmo assim continuamos honrando nosso juramento, continuamos incansáveis combatendo a criminalidade. Porque sabemos que temos uma missão e devemos cumpri-la”, disse o policial militar do 6º Batalhão Polícia Militar
Luiz Mario Pacheco.
Para Giovana Beiró, educadora há 22 anos, é necessário ter o apoio da comunidade nesta hora. “Não lutamos apenas pelos nossos salários, que são o direito de qualquer trabalhador, mas também estamos em greve pelos nossos alunos. Não temos investimento na educação, estamos diariamente, servidores e alunos em ambientes sucateados, sem a devida verba para a merenda das crianças. Queremos fazer a diferença na vida dos estudantes, mas é desmotivador pela falta de apoio do governo”.

Este impasse com o governo já chega ao quarto mês. Em meados de novembro os servidores tentam negociar um calendário de recuperação de greve, mas não chegou a um acordo com o governador. Segundo a Secretaria de Educação do estado, não é possível concordar com o pedido dos professores, de que os 45 dias de férias da categoria fossem em janeiro e fevereiro. Sobre o pagamento dos salários em dia e o 13º, o governo não garantiu que, no dia 20 de dezembro, quitará todo o décimo terceiro. Em entrevista concedida ao site do Centro dos Professores do Estado do RS – Sindicato (CEPERS) o secretário estadual de Educação, Ronald Krummenauer, declarou “O 13º salário dos servidores está dentro desse conjunto de medidas que estamos analisando, mas a nossa intenção é de quitar ainda este ano”.

           (Cartazes colados na 18ª Coordenadoria Regional de Educação. Foto: Savanna Rocha)

Reportagem produzida na disciplina de Redação jornalistica II como parte do jornal-laboratório online da turma

Leia outros textos em http://decom.ufsm.br/redajor2/

Sobre o autor

sem.arielstival
Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Santa Maria /campus Frederico Westphalen, Rio Grande do Sul, Brasil.

Faça o primeiro comentário a "A insatisfação do funcionalismo público do estado com o Governo do RS"

Leave a Reply