O aventureiro do Brasil

Paraíba vendendo seus produtos na praça central. Foto: Jessica Hock.

A praça estava toda iluminada e decorada para as festividades natalinas no município de Frederico Westphalen, atraindo curiosos, crianças e pessoas dispostas a aproveitar o final de semana de muito calor. Em meio à magia dos enfeites, surgiu algo que despertou o interesse de quem estava no local.

Maurício José Martin, 46 anos, conhecido popularmente como “Paraíba”, estava sentado no meio-fio, vendendo um produto que ele chama de “massa maluca”. O produto é composto de um balão de borracha, daqueles típicos de aniversário, recheado de farinha de trigo e decorado com dois olhos de plástico e um tecido felpudo imitando cabelo. O brinquedo toma variadas formas, podendo se transformar em um elefante, macaco, burro, tartaruga, e o que mais a criatividade puder inventar.

“A massa maluca é um brinquedo que desenvolve a coordenação motora da criança, desperta curiosidade, e realmente toda criança fica curiosa, querendo realmente brincar com o brinquedo, por isso que ele é um brinquedo educativo. É um brinquedo que não tem cheiro, não solta tinta, não é alérgico e é útil para a criança. É um brinquedo de que toda criança gosta”, salientou.

Paraíba conta que está há dezessete anos na profissão, trabalhando de forma independente e viajando por todos os Estados brasileiros, sendo que já esteve em 22 deles. Sua renda fica em torno de dois a cinco mil reais por mês. E, segundo ele, é o suficiente para viver e sustentar sua família.

Ele garante que os melhores Estados para se trabalhar como vendedor ambulante são Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, pois possuem um sistema financeiro melhor do que no restante do país. Diz também que São Paulo e Rio de Janeiro têm um sistema financeiro igualmente bom, mas a preferência fica na Região Sul, e que o Nordeste é uma região boa, mas é fraca no que diz respeito ao ganho financeiro, por isso ocorre a migração em busca de trabalho.

O vendedor esteve na cidade durante o final de semana comercializando seu produto, que custa 3 reais a unidade. Esse é mais um exemplo de criatividade que engloba cultura e educação aliadas à diversão e que garantem a sobrevivência do aventureiro do Brasil.

 

Jessica Hock e Vanessa Harlos / Da Hora

 

 

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