A pesquisa apresentada analisa publicações do jornal Zero Hora, relacionadas com a “questão agrária”, em especial ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra – MST. Com metodologia fundamentada nos conceitos da Pragmática Linguística, foram analisadas as ocorrências do operador argumentativo “mas”. O corpus pesquisado concentra-se nos textos do jornalista Carlos Wagner (dezesseis ocorrências), mesclando-se com outros (nove ocorrências), que supostamente representam a opinião do jornal. Com base no esquema “P mas Q”, idealizado por Ducrot (Maingueneau, 1997, p.166), acrescidos de sensibilizações do contexto, polifonia e possíveis implicaturas relacionadas na pesquisa, conclui-se que, na maioria das ocorrências, o “mas” tem objetivo de levar o interlocutor a conclusão em sentido divergente do enunciado básico proposto pelo Locutor. Apesar da radicalização que a “questão agrária” provoca na sociedade e na imprensa, e os diversos interesses em torno, pode-se concluir que Zero Hora contribui para fomentar ou consolidar o (pré) conceito de ilegalidade e/ou marginalidade atribuídos ao MST e à luta pela reforma agrária.
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