Vamos falar sobre o autismo

Céditos

Lá vai ele no elevador, rostinho redondo, pele branquinha, cabelo bem liso e preto. A mochilinha nas costas, cabeça baixa e uma das mãos sempre na boca, a perna curvada sobre a outra como quem diz “não quero falar com ninguém”. E ele não falava, só escutava e observava tudo que estava acontecendo naqueles dez ou quinze segundos de viagem dentro daquela caixa cinza com um espelho enorme. Algumas vezes ele ficava se olhando no espelho, mas muito raras as vezes.
O Lucas é um menino de 5 anos que tem Autismo, trata-se de um distúrbio que a partir dos três anos de idade, interfere no desenvolvimento da criança, especialmente em determinados aspectos como a linguagem. A criança pode acarretar limitações na fala, não conseguindo progredir na comunicação verbal e interações sociais. Não querer permanecer por muito tempo em um determinado local com muitas crianças ou barulho, como música muito alta ou outros tipos de ruídos. Eles sentem dificuldade em se habituar a novas rotinas e não sentem apreço por um mesmo brinquedo ou brincadeira por muito tempo.
Com base em avaliações clínicas realizadas por um psiquiatra ou neurologista infantil, é possível saber se a criança tem ou não autismo. Os graus do autismo podem variar de leve até o mais grave, e alguns casos são também associados á algumas necessidades especiais como deficiência mental, distúrbio alimentar, do sono ou transtorno obsessivo-compulsivo.
O autismo é mais frequente em crianças do sexo masculino, a cada três ou quatro autistas, apenas um é do sexo feminino. O tratamento pode envolver desde o controle com remédios até acompanhamento fonoaudiológico, psicológico e terapia ocupacional.
Todas manhãs, durante dois anos, pude acompanhar o Lucas pegando o elevador e indo para a escolinha. Os pais trabalhavam cedo, portanto ele ficava lá com os coleguinhas e a professora. A mãe contava que no começo foi aquela briga, ele não se adaptava, chorava e não queria ir de jeito nenhum, mas com o acompanhamento profissional adequado o Lucas foi desenvolvendo a fala e perdendo aquele medo que ele tinha. Hoje ele encontra pessoas no elevador e diz um oi com um sorriso espontâneo. Perdeu boa parte do medo de conversar com os estranhos e aceita muito bem seus colegas da escolinha.
Nem todas as crianças com autismo regem tão bem quanto o Lucas, mas o acompanhamento médico é essencial, e claro agregado aos estímulos e incentivos do pai, da mãe e dos familiares. Qualquer criança autista pode (e tem o direito) de viver bem e desenvolver uma vida normal. Qualquer criança no mundo merece respeito, carinho, amor e proteção, independente de qual seja sua condição de vida.

Egenara Reges
egenarapr95@hotmail.com
Redação Jornalística I

About the Author

egenarapr95
Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Santa Maria /campus Frederico Westphalen, Rio Grande do Sul, Brasil.

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